Seja bem-vindo!

A estrada da tua felicidade não parte das pessoas e das coisas para chegar a ti; parte sempre de ti em direção aos outros. (Michel Quoist)

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Sonhos & Caminhos








  



SONHOS  &  CAMINHOS




 


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SONHOS  &  CAMINHOS






NESTOR DE OLIVEIRA FILHO



Rua do Cobre no- 90 – Vila Biasi – cep 13466-706
AMERICANA -SP


Ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo
- 2006 -

Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma, ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem a permissão escrita do Autor.
Todos os direitos desta Obra são reservados ao Autor.
Obs. Este exemplar foi impresso em janeiro de 2007



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ÍNDICE

               PG

CAMINHOS; À LUZ DO NATAL

13
REMAR



14
GALO



15
DESTINOS IGUAIS


16
BARCO



17
BOTINA SANTA CRUZ

18
INTEIRINHO FLORIDO

19
SEU ANIVERSÁRIO


20
O JACARÉ VOADOR

21
GABRIELA


22
TAL SAUDADE


23
ÁGUA, FONTE DE VIDA

24
A MACACA CORAJOSA

27
COMUNIDADE VIVA


28
PENSAMENTOS


29
CABELOS BRANCOS

30
UM INOCENTE NO BERÇO

31
DIA DOS AVÓS


33
VIDA À DOIS


35
RECEITA DE NATAL


35
OTIMISTA



35
GRANDE MULHER, MARIA PIRES DE OLIVEIRA
36
FONTE DE VIDA


38
NOSSA ÁGUA


40
ANIMAIS NA CIDADE

42
RAIZES DE VIDA


44
SIMPRÍCIO, O MISTERIOSO

47
NÃO DESMORALIZE A FAMÍLIA
49
PRESERVAR-SE DOS FALSOS AMIGOS
52
HINO DE AÇÃO DE GRAÇA

53
VÍTIMAS DO CAPITALISMO SELVAGEM
54
IMPRENSA (HOJE) 1999

55
SUAVE COMO BÁLSAMO

57
SÊ FORTE


58


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CAFEZAL



59
VENTOS



60
OTIMISMO


61
MARIPOSA


62
JOGO DA BICHARADA

63
TEMPO ANTIGO


67
TRISTAZA


68
MAIS QUE UM HOMEM

69
DINHEIRO


70
NAQUELES TEMPOS

71
JESUS CRISTO EUCARÍSTICO

75
CANTORES DA FLORESTA

76
PRIMEIRA COMUNHÃO

77
FÁBULA AMOROSA


78
DOIS MUNDO NO MEU MUNDO
79
COISAS DA FÉ


80
MOURÃO DE CERCA

81
A ALEGRIA DE SONHAR

83
ACONTECIDO


84
CAMINHAR COM O SENHOR

85
ENCENAÇÃO


86
CONCLUSÃO


87
DEZ MANDAMENTOS DO CASAL
88
GENEALOGIA


89
PENSAMENTOS


90
BIOGRAFIA


91
MENSAGEM


92

  
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                                   “A alegria e tristeza estão tão próximas uma da outra quanto as refulgentes folhas coloridas da primavera estão da sobriedade das árvores desfolhadas do outono. Ao cumprimentar um amigo que está de regresso, você já sabe que ele terá de deixá-lo novamente. Esta íntima experiência, em que cada pedacinho de vida é tocado por um pedacinho de morte, pode transpor-nos para além dos limites da nossa existência. Pode fazê-lo, deixando-nos esperar, com expectativa, pelo dia em que nosso coração se encherá da perfeita alegria, uma alegria que ninguém arrancará de nós.” (Henri Nouwen)


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NOTA

     Cada ser humano é um indivíduo e cada indivíduo tem seu próprio semblante, e por isso mesmo é um ser diferente, não se pode negar que cada um tenha seu gosto e sua maneira de ver e entender. Portanto, não estranhe o leitor, que este livro, embora sem pretensões maiores, seja uma mescla de gêneros literários, mesmo porque, uns apreciam mais o gênero prosaico, enquanto outros preferem o poético. Seja como for, ambos têm a mesma finalidade: receber a mensagem exposta em seu conteúdo.

O Autor




  



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AGRADECIMENTOS

     Primeiro agradeço a Deus por me dar a vida, a Jesus por me ensinar o caminho, e ao Espírito Santo por me dar a inspiração. Depois agradeço aos meus pais, Nestor e Maria, por me darem boa educação, e fazer com que eu me tornasse um homem. E também agradeço à minha esposa Zenaide e aos meus quatro filhos: Maria Auxiliadora, Nestor Ezequiel, José Roberto e João Paulo, juntamente com meu genro Edivaldo, e noras Viviane e Jussara; pelo incentivo, e por me compreenderem em todas as circunstâncias da vida. 
     E ofereço este trabalho aos meus netos, Bruno Albert, Aline Maria, Vitor Henrique, Gabriel, Estêvão, Antonela, que estão ao meu lado; ao Vinicius Henrique que está com Deus. E, ainda, à outros que, se Deus quiser, hão de vir!


Os netos são as flores de um jardim que, um dia com muita dedicação, um casal amorosamente cultivou e plantou!
O Autor.



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APRESENTAÇÃO

     Não é minha pretensão, ao apresentar este trabalho, que me chamem de poeta, mas, simplesmente um sonhador. Pois é sonhando que se tem esperança, e quando tem esperança se sente confortado, e este conforto traz a paz. Na paz sente-se realizado, e a realização traz a felicidade. Na felicidade encontra-se o amor; e o AMOR é DEUS!

     Na minha infância, em casa com toda a família reunida, ou na lavoura quando cada um com uma enxada os acompanhavam nos trabalhos da roça, meus pais contavam-nos belas histórias, contos e estórias. Contavam-nos muitos fatos interessantes acontecidos na família, fatos que vinham desde a mocidade de seus avós, de seus pais, passando pela infância e juventude de meus pais e chegava até nós, com nossas peripécias e artes. Esse carisma de meus pais marcou-me muito, e assim tornei-me um sonhador...


ESTE É UM TRABALHO BEM SIMPLES, MAS, É NA SIMPLICIDADE QUE SE ENCONTRA DEUS.

N.O.F.

Americana, 2006


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Voltai-vos para mim, para serdes salvos, vós todos, confins da terra! Pois eu sou Deus e não há outro. (Is 45,22)




Deposita teu fardo entre as mãos daquele que tudo pode carregar.










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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho



 CAMINHOS; À LUZ DO NATAL

Dizem que na vida há vários caminhos
Há os caminhos que descem, e há os que sobem.
Há caminhos largos e há estreitos caminhos.
O mesmo caminho que fez Deus descer, elevou o homem.

Subir caminhos nem sempre é o melhor,
Às vezes descer se faz necessário.
Subir, às vezes, se torna mais cômodo,
Se tu desces vê teu irmão no calvário.

No alto a luz do sol faz seus olhos ver.
Em baixo a luz do natal faz seu coração amar.
Ao nascer, Jesus, Deus tomou o caminho que desce
Para que nós pudéssemos, pelo caminho, se elevar.

No natal Deus desceu do céu amando,
Para que ninguém deva descer caindo.
É melhor ter horas na vida sem alegrias,
Do que ter alegrias sem estar a Cristo se unindo.

Talvez teus caminhos não sejam os mais fáceis.
No amor, subindo ou descendo, encontrarás felicidade.
O natal é um mistério difícil de se entender
Mas, Dele, aprendemos o amor e a caridade.

13/12/2002
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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho





REMAR

Canoa, pra onde vais
Canoa que vai e vem
Canoa que sai do cais
Navega, horizonte além!

Canoa a navegar
Em busca dos mais profundos
Avante segue a remar
Descobrindo novos mundos.

Também sou como canoa
Setando sempre a proa
Por entre mares bravís.

Na curva vê turbilhão
Na onda sente emoção
Remando pra ser feliz!

Americana, 02/07/2005


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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho

GALO

O galo cantou que hora?
O galo cantou lá fora.
O galo do meu terreiro
Não canta fora de hora!

Meia-noite o galo cantou,
Hora que a estrela brilhou!
Pra Jesus anjos cantaram,
Todo mundo assim escutou.

Não tem galo que não canta.
Todos têm boa garganta.
Parece um canto divino,
Repetido como mantra.

Se torna melhor cantor,
E canta com mais ardor,
Se o galo nascer na noite
Que nasceu o Salvador!

O galo índio não espera,
Defende, enfrenta fera.
Tem outros também famosos...
É valente o galo-terra.

Madrugueiro cantador,
Seresteiro por labor.
O galo é o bom relógio
Do caboclo lavrador.

Façamos juntos orações,
E entoaremos lindas canções,
Pra que o grande Deus-menino
Converta os nossos corações.

Também, nós, com alegria,
Vamos cantar neste dia,
Pra louvar este Menino;
Pois, Seu Pai é quem nos guia!

Dezembro 2005
  
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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho



DESTINOS IGUAIS

Água que corre pro mar
Nunca desiste, não cansa.
Vem desde a nascente;
Lenta ou impetuosa, desce a rolar:
Barulhenta ou mansa,
Não se retrás, segue em frente.

Aqui límpida, ali poluída.
Vai por caminhos retos
E também tortuosos.
Ela nutre e dá vida
-Segue seus planos certos-
Com alimentos caudalosos.

Também nossa vida é assim
-Qual uma água segue o destino-
A partir do nosso nascimento.
Na partilha, por ti e por mim,
Amando sem desatino,
Ir pra Deus em todo momento.


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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho

BARCO

O barco segue o seu rumo
No vento, na chuva ou no sol
Buscando sempre aventuras
Firme vai rumo ao farol

Desbrava até mares bravís
Sua força é vento na vela
Sua meta é os horizontes
Jamais teme uma procela

Se a jornada for nos rios
Enfrenta muitas corredeiras
Seu remo é a força-motriz
Transpõe às vezes cachoeiras

À serpentear os longos rios
Segue o barco o seu destino
Entre os pássaros e flores
Faça frio, ou sol-a-pino

O barco cumpre o seu papel
Transportar é sua lida
Vê alguém partir sorrindo
E alguém d’alma dorida

Ao sumir no horizonte
Vê alguém chorar no cais
Águas batendo em sua proa
São suas lágrimas, seus ais

Americana, 03/09/2005
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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho

BOTINA SANTA CRUZ

Todos sabem que lá na roça
Existem bichos pra daná
Tem a cobra venenosa
Onça, aranha e tamanduá

A gente usa botina
Calça grossa e polaina
Tem que estar bem prevenido
Pra avançar na sua faina

Certo dia lá na roça
Veio uma cobra venenosa
Eu a chutei ela pra longe
Com  você não quero prosa

Com o bote que ela deu
Na minha botina ela pegou
O meu calçado era tão forte
Que nem ao menos se arranhou

A mordida foi tamanha
Que as quatro presas estralou
Como um vidro de vitrina
Ali no chão espatifou

Por incrível que pareça
A cobra até se converteu
Com a dor que ela sentiu
Até se lembrou em Deus

E gritou desesperada
Valha-me Bom Jesus
Pelo jeito que estou vendo
Essa botina é Santa Cruz

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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho




INTEIRINHO FLORIDO

Eu queria ter um mundo, inteirinho, bem florido,
Onde cada indivíduo promovesse o bem-estar.
Cultivaria com amor rosas branquinhas e amarelas;
Uma pintura, aquarela, com todas flores do lugar.

Eu plantaria na calçada cravo branco, rosa e vermelho,
Seguiria dando conselho, plantando a esperança e o amor.
Que em cada casa, em cada canto, houvesse um vaso perfumado,
Branco, verde, colorado..., num espetáculo multicor.

Os girassóis - como relógio - girariam meu mundo lindo.
Eu colheria, me divertindo, azaléia, margarida, capitão...
De mãos dadas com os irmãos, por entre as flores, repartindo.
Eu correria nas veredas, sorrindo, extasiado de emoção!

Americana, 29/01/2004



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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho

  


SEU ANIVERSÁRIO

Foi pensando em você
Que eu acordei mais feliz
Hoje é seu aniversário
O calendário assim me diz
Receba os meus parabéns
Minha eterna companheira
A ti jurei o meu amor
Amar-te-ei a vida inteira

Foi pensando em você, que acordei mais jovem. Foi pensando em você, que o meu mundo se transformou num mar de rosas. Olho para trás e vejo que já fizemos juntos uma longa caminhada. E ao olhar para o futuro imagino que ainda continuamos a existir nesse imenso mar de bondade, de fé e de esperança. Olhando ao longo de nossos passos, vejo que tivemos um começo. E olhando para o horizonte, não enxergo o fim. E isso é bom, pois, vejo somente o infinito diante da vida, e neste infinito nós dois caminhando lado a lado. Assim me torno mais firme, forte e poderoso, porém humilde, pois foi sendo assim que eu te encontrei. Eu te amo muito! Você é uma das forças que me sustenta nesta longa caminhada. Parabéns a você!

Nestor

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 Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho




O jacaré voador

Numa tarde muito bonita e ensolarada no dia dezessete de Abril quando Joãozinho e Teresinha brincavam com seus amiguinhos jacaré, tatu, carneiro, papagaio, tartaruga e outros, eis que aparece uma nave e pousa entre eles; o astronauta desce e conversa com os animais. Enquanto isso a borboleta, a abelha e o beija-flor voavam sobre o astronauta.
Muito engraçado foi ver o jeito espantado do coelho e do gambá atrás da árvore. Neste momento eis que o jacaré espertalhão se veste de astronauta e sai correndo para dar uma voltinha de nave; todos ficaram admirados com a sua coragem.
E assim os dois foram passear, mas o jacaré muito inteligente, queria mais, pediu para o amigo astronauta que deixasse ele pilotar um pouco, e assim ele pôde ver as belezas daqueles painéis, e apertar os botões todos iluminados dentro da nave. Desta maneira ele pôde satisfazer um antigo desejo de voar; e voar bem alto lá pertinho das estrelas.

Americana, 20/03/1992


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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho





GABRIELA

Gabriela até que era uma menina boa, mas tinha um pouco de orgulho e, às vezes, fofoqueira. Fofocava de uns e de outros.  Certo dia, só por brincadeira, inventou que Filisteu, seu amigo, havia feito uma arte; por isso o menino sofreu um grande castigo de seu pai. Gabriela se arrependeu do que fez, porque viu que seu amigo Filisteu ficou de castigo e sem fazer as coisas que ele mais gostava de fazer, que era divertir e comer. Então ela chegou para sua mãe e disse a verdade. A mãe dela envergonhada foi até a casa do vizinho e pediu desculpa para o Golias, pai de Filisteu, e que retirasse o castigo que havia dado ao filho. Gabriela também pediu desculpas e disse que nunca mais haveria de mentir, pois viu que a mentira só serve para prejudicar os outros.

Zenaide – Americana, 18/05/1992



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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho
  
TAL SAUDADE

Falando a verdade
Essa tal saudade
Não tem mesmo jeito.
Veio em passo lento
E fez seu aposento
Dentro do meu peito.
Bem do seu jeitinho
Ela fez seu ninho
Sem pedir licença.
Deixando-me entristecido,
Hoje vivo aborrecido,
Com sua presença.

O que eu vou fazer
Para conviver
Com este sofrimento.
Não esqueço dela,
Bela Cinderela,
Nem um só momento.
Esse meu dilema
Já virou problema
Sem ter solução.
Vivendo desolado,
Ficou acabrunhado,
O meu coração.

Não devo esperar
Eu vou já buscar
O meu grande amor.
Quero viver em paz
Vou deixar pra trás
Essa minha dor.
Devo ir agora
Nessa mesma hora
Para os braços teus.
Matar meu desejo
E num longo beijo
Unir teus lábios aos meus.

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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho

ÁGUA, FONTE DE VIDA

Água fonte de vida,
Água que mata a sede.
Substancia que move o mundo,
Nos eleva a pensar tão profundo
E lançar nessas águas a rede.

Água alimento maior,
Sem ela não podemos viver.
Água é dádiva de Deus,
Como graça é dada aos seus;
E como seiva faz tudo crescer.

Água da chuva que cai
No varjão, na planície ou na serra
Fecunda e transforma as sementes,
Alimenta e dá força aos viventes
Que estão aqui nessa terra.

Água - este dom sacramental -
Água batismo do povo.
No Jordão manifestou grande luz
Com Deus Pai, o Espírito e Jesus;
Iniciando um mandamento novo.

Água em gotas de orvalho
Brilha sob o raio da luz.
Também como gotas brotara,
Do lado esquerdo jorrara,
No Divino cravado na cruz.

Água que lava as mágoas
Fazendo dos olhos; nascente.
Brota no fundo da alma,
Lava as impurezas e acalma
Tal qual uma fonte corrente.

Água que move moinhos,
Move também corações.
Lava angustias e dores,
Transforma espinhos em flores,
Tirando do peito ilusões.

Água que nasce tão pura
Trazendo vida em essência.
Porém esta gente ingrata
Te usa, te suja e te mata:
Irracional; não tem consciência.

Água que tira sujeira,
Desinfeta, limpa e purifica.
Lava essa raça humana,
Transforma essa mente sacana;
Pra cuidar desta dádiva bendita.

Água que vem cristalina,
Jorrando cortando horizonte.
Ensina este homem pensar
Na urgência de se preservar,
E florestar tudo envolta da fonte.

Água direito de todos,
E como tal deve ser repartida.
É imoral a ganância querer
Com dinheiro, progresso e poder,
Manipular essa essência que é vida.

Façamos grande campanha,
Vamos todos economizar.
Se acabar esse líquido gostoso,
Com certeza será duvidoso
Que um ser vivo possa aqui prosperar.

- 24 - 25 26 -


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A Macaca Corajosa

Conta-se que certo homem ateu, e que era um caçador inveterado, não escolhia dia e nem hora para entrar nos sertões a fim de fazer uma boa caçada. Por não ser religioso e nem mesmo acreditar em Deus, e num gesto de deboche aos mais crentes, ele saiu para fazer uma grande caçada numa Sexta-feira da Paixão.
Foi entrando na mata e já foi matando alguns passarinhos que encontrara.
Continuando sua caminhada pela picada, já havendo adentrado bastante naquele sertão, ele viu numa grande árvore de Jequitibá um bando de macacos fazendo algazarra. Chegou mais perto da árvore e avistou em um de seus galhos, ao lado, um casal de macacos com dois filhotes; os dois macaquinhos estavam agarrados no corpo da mãe, um nas costas e o outro no peito, e este estava mamando. O macaco pai estava fazendo cafuné na cabeça de um dos filhotes, porém estava muito atento com os movimentos da mata.
O caçador cruel parou e pensou: vou atirar na macaca, assim com um tiro só eu derrubo três. Deu alguns passos à frente e mirou a espingarda bem no peito da mãe macaca. Porém antes de puxar o gatilho ele viu e ouviu a macaca entregar os filhotes para o pai e, em tom de heroína, dizer estas palavras: Querido Aleixo, segura a Catarina e o Inácio que eu vou descer por este tronco abaixo para ver se aquele caboclo é macho!
Ao ouvir essas palavras e vendo que a macaca vinha em sua direção, o caçador “corajoso” se borrou todo nas calças, jogou a espingarda no chão e saiu correndo para casa.
Não se sabe qual foi o seu fim, no entanto sabe-se que nunca mais ele voltou na mata para caçar.

Americana, 10/06/04

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COMUNIDADE VIVA

   Os membros de uma comunidade não devem - e não pode -querer manipularizar Deus, querer que Deus seja só deles. Tanto é errado o procedimento dos Nazaretanos (Mc 6, 1-6), que não queriam Jesus no meio deles, o expulsando, não reconhecendo n´Ele o Filho de Deus, não acreditando em seus milagres; como também é errado a ação dos moradores de Cafarnaum (Lc 4, 42), onde Jesus fez tanto bem a eles, tantos milagres, que ficaram tão dependentes de  Jesus chegando ao ponto de querer dete-Lo, ficar com Jesus só para eles. Tentaram manipularizar Jesus. Mas Jesus condenou as ações, tanto dos nazaretanos como dos cafarnaunenses, os dois cometeram grandes pecados, reter Jesus somente para si ou não aceitá-Lo tem a mesma gravidade.
   Segundo o Evangelho de Jesus Cristo, dentro de sua igreja não pode haver disputa para ser o maior, o mais poderoso, o que manda mais. Esse poder, essa grandeza, essa autoridade tem que vir naturalmente tem que ser o resultado do desejo da comunidade inteira. Porém, infelizmente, vemos essa disputa no meio de nós, membros da igreja, mas ela é condenada por Jesus. Nos seus Evangelhos Ele deixou bem claro para nós, como é que devemos ser e agir.
   Em uma comunidade que deseja ser, que pensa em ser, uma verdadeira comunidade segundo as vontades de Jesus, não pode haver disputa. Todos os assuntos, todos os serviços, relacionados com a comunidade têm que vir ao conhecimento do (a) coordenador (a), tem que passar pelas suas mãos, pois, ele (a) está exercendo cargo de autoridade, naquele período, na comunidade.
    Por outro lado, esse coordenador (a) não pode usar o cargo para satisfazer o seu ego, sua vaidade, para mostrar sua prepotência. Não, isso não! Esse cargo é de serviço, é de unidade. Esse cargo deve ser executado com humildade, com paciência, com autoridade, às vezes, com severidade, mas, com muito amor e carinho. É como o cargo de um pastor que sai pastorear seu rebanho, suas ovelhas, ele é capaz até de usar toda sua força, toda sua bravura, e, até matar um lobo que vem atacar o seu rebanho. Mas, este pastor usa de misericórdia, de paciência, de carinho, de caridade para com qualquer uma de suas ovelhas que desgarrou de seu rebanho, ou com uma que ficou ferida, machucada, doente. Ele põe remédios em seus ferimentos, trata-a com carinho, pega-a no colo e carrega-a nos seus ombros até que ela fique curada.                             Nestor, 2005

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PENSAMENTOS

-Se o Senhor não construir a casa, inútil será o trabalho dos construtores.
-Quando o mar está tranqüilo, todos os pilotos navegam com igual maestria... Mas, ao ser vítima dos golpes profundos do infortúnio, só uma grande alma pode sofrer sem se queixar.
-Não trames o mal contra teu próximo quando ele vive confiando em ti.
-O homem que se diz portador do Espírito, prova-o através de seus atos e de sua vida. É doce, humilde e pacífico.
-O que convence não é o prestígio do mestre, mas, o testemunho do discípulo!
-Se a chama que está dentro de ti se apagar, as almas que estão ao seu lado morrerão de frio.
-Orgulho é como um buraco: quanto maior fica, menor substância tem.
-A boa conduta lhe trará amigos: a má, inimigos.


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CABELOS BRANCOS

Eu tenho meus cabelos brancos e gosto deles, tanto como quando eram castanho-escuro. No passado eles eram quase pretos, eram fortes, fechados, ondulados, não caía um só fio ao chão. Hoje... quantos fios já se foram! Perdi até as contas. Quando eu olho pros meus cabelos e vejo que estão esbranquiçados quase como algodão, fico feliz e contente; pois, cabelos brancos, significa viver bastante. E viver (na essência da palavra) é aprender, é amar, é trabalhar, é ganhar experiência. E tudo isso, com a graça de Deus, serve para o ancião experiente e exemplar doar-se aos outros, ensinar, transmitir sabedoria e vida: tanto mais vida dá quem mais vida tem.
Quando eu tinha os meus trinta e poucos anos de idade, já começaram aparecer os primeiros fios brancos. E aos quarenta começaram, também, a caírem os primeiros fios ao chão. Nessa ocasião certo colega de trabalho fez-me esta pergunta: você acha certo ou errado os homens tingirem seus cabelos? Respondi que cada um deve ser livre para fazer o que achar de melhor para si, porém, eu que achava ridículo olhar para o corpo de um senhor com as marcas da velhice e ver os seus cabelos pretos: é um desconexo total. Com a resposta que dei, o amigo saiu de fininho e dando risada.
Não me acho conservador, porém, não gosto de todo esse modernismo desenfreado. Em alguns pontos, acho que pessoas de idade avançada não ficam bem com cabelos tingidos, não é legal, fica ridículo. Já vi pessoas vaidosas usar peruca, ficou ridículo; tingiu o cabelo, piorou. Se a minha natureza é de ter cabelos brancos, então deixem-nos aí. Eu devo é agradecer a Deus por eles estarem aí, para proteger um pouco a minha cabeça do sol e do frio. Às vezes os cabelos brancos deixam transparecer mais a idade das pessoas, mas o que importa mesmo é ter uma razoável saúde e um bom caráter. Cabelos brancos é sinal de longevidade, e isto é graça de Deus.
O meu querido e saudoso avô (senhor Ezequiel de Oliveira) sempre dizia: Os cabelos brancos são as glórias do homem, os filhos são os troféus e os netos são as coroas. Então eu me sinto bem e feliz, cheio de glórias, troféus e coroas, pois, meus cabelos estão bem grisalhos, logo estarão branquinhos como neve, tenho quatro filhos e cinco netos; e certamente ainda virão mais alguns netos. E no futuro (um pouco mais longo) e com a graça de Deus, espero conhecer, também, alguns bisnetos.

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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho

UM INOCENTE NO BERÇO

O pequeno está com poucos dias de vida. Dorme no berço do quarto. Seus pais discutem com tamanha veemência, parecem ser inimigos de longa data. De repente se dão conta que o tom de voz está muito exaltado e fecham a porta do quarto onde aquele anjo inocente está. E continuam se agredindo. Se agridem como duas feras indomáveis, onde, em nenhum dos dois se vê o uso da razão. Tudo leva a crer que esse casamento de mais de um ano e meio vai terminar. Esqueceram rapidamente das juras que fizeram um para o outro. Juras de fidelidade, amor, companheirismo, compreensão, paciência, perseverança, ajuda mútua etc... – Aqui tem um porém: juras estas que, certamente, foram dadas em momentos de forte paixão e nem um pouquinho de amor. Não souberam cultivar em seus corações o grande e santo Amor de Deus, para que desse santo Amor brotasse um verdadeiro amor para os futuros esposos. Não. – Agiram somente com seus instintos carnais. Foi naquele fogo ardente da paixão, que pensaram em construir uma família, esquecendo o essencial, que é o alicerce. E é este alicerce que sustentará a família, e, a matéria prima para esse alicerce é o amor doação. Mas, nisso eles não pensaram. Ou talvez, até fizeram chacotas com alguém que lhes falara tentando mostrar-lhes o verdadeiro sentido, a verdadeira vocação do casamento, da sua importância ímpar na procriação, educação e formação de pessoas íntegras. Casaram sem firmeza, e nenhuma responsabilidade. A criança que dorme no quarto poderá vir a perder o pai. Numa dessas brigas ele pega seus pertences e se manda pelo mundo, sabe-se lá para onde. E aquele filho, que parecia ser a grande esperança na continuação daquela família, futuramente, deparará com grandes frustrações provocadas pelos seus pais. As crianças são as maiores vítimas de casamentos mal fundamentados e de muitas uniões mal feitas. A família precisa começar com um sim sincero e profundo pronunciado diante da consciência de cada um e diante do coração Sacrossanto de Deus. O casamento começa sempre com uma promessa de amor, forte, madura, desejável e responsável. E essa promessa tem que ser renovada à cada dia. Só assim o casamento resistirá as tempestades e vendavais de imoralidades que nos assolam e nos enojam diariamente.
   
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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho

DIA DOS AVÓS

A Estrela d´alva já brilha, já nova aurora reluz, o sol nascente vem vindo e banha o mundo de luz. Cristo é o sol da justiça. Maria aurora radiante. Da lei a treva expulsando, ó Ana, vais adiante. Ana fecunda raiz, que de Jessé germinou, produz o ramo florido do qual o Cristo brotou. Mãe da Mãe santa de Cristo, e tu, Joaquim, santo pai, pelas grandezas da filha, nosso pedido escutai.
Louvor a vós, Jesus Cristo, que de uma Virgem nascestes. Louvor ao Pai e ao Espírito, lá nas alturas celestes”. (Liturgia das Horas)

Dia vinte e seis de julho, no calendário da igreja, celebramos São Joaquim e Santa Ana avós de Jesus. E no calendário civil, nessa data, comemoramos o dia do vovô e da vovó.
Queira Deus que cada vovô e vovó tenha força e desejo de deixar um grande testemunho de união à sua prole. Deixando como exemplo o trabalho, a fraternidade, a honestidade, a justiça, o amor...
Que os avós consigam deixar na mente de seus netos, grandes sentimentos humanitários, tais como: partilha, doação, respeito ao semelhante, respeito à natureza e a todos os seres vivos; respeito à paz!
Como exemplo, aqui, sirvo-me de Gandhi, o grande homem da Índia e do mundo, quando disse:
 “Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria aceso o sentimento de amar a vida dos seres humanos. A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo afora...
Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se repetissem. A capacidade de escolher novos rumos. Deixaria para você, se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável: Além do pão, o trabalho. Além do trabalho, a ação. E, quando tudo mais faltasse, um segredo: O de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída”. (Mahatma Gandhi)
 Invoquemos sempre o nome do Senhor Deus para que ilumine e derrame muitas graças sobre os netos – que na atualidade vivem num mundo singularizado (o que importa é o eu e não o nós) – para que entendam e dêem valor aos idosos. Que aprendam a conjugar suas ações no plural, respeitando e amando a instituição Família, e, indo sempre na fonte, beber desta água (sabedoria) cristalina que jorra do coração e da mente de um experiente Ancião, ou Anciã.
Que os netos aprendam que os avós foram, no passado, uma sementinha plantada no chão de nossas vidas e que hoje são uma frondosa árvore, com grandes galhos, muitas folhas, belas flores e com frutos deliciosos; e que abriga e nutre toda sua família.
Os avôs são uma fonte de vida a espera daquele que, ao calor da dureza da vida, possa descansar e repousar sob a delícia de sua sombra. Também àqueles desorientados e famintos de conselho, também a eles, essa sábia árvore oferece-lhes sua sabedoria. Àqueles desnutridos de bons sentimentos, essa bondosa árvore oferece-lhes seus frutos de amor, paz, e caridade.
E que todos nós, em geral, aprendamos a respeitar, amar e dar mais valor aos idosos.
Parabéns aos avôs e as avós!

Americana, 26/07/2004

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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho

VIDA À DOIS

Se muitos casais não são felizes é devido à ignorância e a preguiça. Aprendemos tudo, mas esquecemos de aprender a viver. Viver à dois é um “dueto” que muitos pensam poder cantar sem ter aprendido música.
  

RECEITA DE NATAL

Uso interno:
Dois comprimidos de paz, ao levantar
Duas colheres de esperança, ao dia
Trinta gotas de carinho, às refeições
Solução concentrada de amor, à vontade
Uma medida cheia de alegria, à noite
E um sono de criança feliz, ao deitar.


OTIMISTA

Não permitas que o tempo escravize você. Tome as rédeas de sua vida. Trabalhe durante o expediente normal, com muita disposição.
Mas não deixe de responder às mensagens da secretária eletrônica, nem que seja somente com um “oi”.
Escolha mensagens de amizade e otimismo e envie aos seus amigos e colegas.
Escreva cartas e bilhetes, dizendo às pessoas como elas são importantes para você.
Abrace bastante seus irmãos, sua família. Distribua sorrisos a todos os que o rodeiam.
Viver é a mais emocionante de todas as chances que nosso Pai nos oferece.

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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho

GRANDE MULHER, MARIA PIRES DE OLIVEIRA...

Vejo aquela mulher, bem vestida, com seu vestido de chita estampado, quando entra no templo (Capela de Nossa Senhora da Conceição Aparecida). Faz genuflexão, dirige-se à capela do Santíssimo. Ajoelha-se e reza. Depois se senta diante da imagem de Maria e reza o seu rosário. Garanto que pensa no filho de Maria e em toda a sua família.
Agora a vejo sentada na cama ao lado de seu filho, febril e com dores de dente, ansiosa, dando-lhe remédio caseiro para curá-lo. O filho ao sentir-se em seus braços percebe-a qual uma santa. Noutro momento vejo-a no fundo do quintal lavando roupas na biquinha (mina), enquanto o filho brinca em cima de uma árvore ao lado. Vejo-a, no curral, enfrentando uma vaca brava – de cria nova -, afasta o bezerro e tira o leite. Vejo-a também ao lado de seu marido no eito do cafezal carpindo e plantando, trajando blusa de brim com mangas longas, saiote comprido até aos pés, lenço estampado cobrindo parte do rosto, chapéu de palha na cabeça e nos pés um par de alpargatas. Continuo vendo esta forte mulher, agora, assoprando a brasa no fogão à lenha e ascendendo o fogo para cozinhar; nesta cena o filho está em cima do “rabo” do fogão para esquentar seu corpinho, pois sua roupa de frio é muito reles.
Outra vez vejo-a, agora toda empolgada frente ao espelho, passando pó-de-arroz, laquê e água-de-cheiro, - enquanto seu marido arreia o cavalo e prepara a charrete - é que hoje ela vai à cidade fazer compras. Também a vejo sentada junto à sua máquina de costura, cortando e costurando as chitas, fazendo roupas para a família toda.

Agora a vejo uma senhora de meia-idade, grávida de oito meses de seu oitavo filho, que desembarca na estação ferroviária – de uma cidade estranha - em busca de melhores condições de vida para sua família. Ela está consciente do grande desafio que à espera (com a mudança da roça para a cidade), mas, segue confiante, atravessa a avenida em frente da estação e vai cidade adentro até sua nova morada.
Também vejo esta mulher que, embora sendo muito religiosa e tendo muita confiança em Deus, se angustia e chora com o sofrimento do filho que saíra de manhã a procura de um trabalho, e volta à tarde sem o ter encontrado. Num outro momento vejo-a na porta do quarto do filho a dizer: Acorde filho. Está na hora. São cinco horas, a fábrica já apitou.
Continuo sempre vendo essa grande mulher,agora, abraçada ao seu filho, num abraço de bênção e de boas vindas, pois ele acabara de chegar da igreja após a cerimônia de seu casamento. Ao seu lado ele traz sua esposa que também é recebida como filha por essa grande mulher. Nesse abraço, mãe e filho choram de alegria e emoção.
Como tudo nesta vida passa, também essa mulher passa. Na U.T.I. de um hospital, ela que tanta vida dá aos seus, agora não responde à pergunta alguma. O filho tenta falar-lhe muitas coisas, mas, são poucas as palavras que saem. Ela sente, ela ouve; o seu coração de mãe percebe que o filho está ali ao seu lado, porém não tem mais forças para responder, somente duas lágrimas saem de seus olhos, provando que seu coração continua amando.
Novamente vejo-a enfeitada, bem vestida e com flores por todos os lados. Todos a beijam e pedem a sua bênção. Cobrem-na com um véu, fecham-se as cortinas: ADEUS... MAMÃE...!
Porém; - é teimosa a mente do filho - ele continua vendo essa grande mulher ao lado do seu berço, balançando-o e cantando aquela música de ninar: nana nenê, nenê não quer naná, nana nenê que a cuca vem pegar.........

Americana, 12/06/2003 (hoje ela estaria completando 83 anos; porém, a 5 anos mora no céu)
Seu filho:  Nestor de Oliveira Filho

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FONTE DE VIDA

Ó Deus, fonte de vida, ó Deus que me procuras, que enches minha vida de alegria. Ó Deus dos meus desejos. Ó Deus, Tu que me buscas, me chamas e vens ao meu encontro. Ó Deus dentro de mim, no espaço interior. Que amparas o pulsar de minha vida, que estás sempre à minha espera. Ó Deus que reergues, em teu desejo ardente.
Nós te agradecemos ó Deus, pela vida do Vitor, nós compreendemos que o Vitor é uma benção em nossa família. Sabemos que ele é uma graça de Deus no meio de nós. Porém, ainda, somos fracos na fé, somos pequeninos, impotentes, sentimos que o fardo pesa muito e por isso te pedimos: vem em nosso socorro! Vós que viveis no Amor, e numa intimidade tão perfeita na Santíssima Trindade, - Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo - vem em nosso auxílio e amenize o sofrimento do Vitor e também o nosso.
Ó Deus Pai compassivo, Deus criador, Deus de nossos pais, de nossos antepassados, Deus dos patriarcas, Deus de Abraão, Isaac e Jacó; vê nossa pequenez e vem em nosso socorro.
Ó Pai Deus de bondade, de misericórdia, de graças, de glória, vinde com seu Amor curativo e penetre em todas as células, desde a cabeça aos pés, e até nas profundezas das entranhas do corpo do Vitor e cure-o.

Vê nossa aflição e tende compaixão de nós. Pela força do grande ato de amor do teu divino Filho Jesus - na cruz - ao doar-nos seu precioso sangue para nossa salvação, cure o Vitor Henrique de Oliveira de todo e qualquer mal que possa estar nele, e faça desaparecer dele essa enfermidade que oprime, machuca, judia e que faz sofrer; tanto a ele como a todos os que o cercam.
Ó Jesus amado vós que nos mandaste bater até a porta se abrir; mandaste-nos pedir com fé e insistência até sermos atendidos. É com essa fé e nessa insistência que agora vos peço vem sobre o Vitor e arranque, afaste, tire dele todo o mal, as amarras, tudo de negativo, todas as enfermidades, tudo o que está causando sofrimento a ele. Ó Jesus, com tua graça e teu poder curativo, cure todas as células doentes do corpo do Vitor renovando-as com células novas e sadias para que ele possa viver intensamente sua vida, - dom sagrado que de graça Tu nos destes – crescer em estatura, no intelecto, na fé, na caridade e dar testemunho e glória ao teu nome ó Deus misericordioso e salvador.
E a vós Maria mãe de Jesus, da igreja e nossa, vós que estais no céu junto de vosso divino Filho, seja nossa intercessora junto a Deus. Senhor! - se pela minha mesquinhez, fraqueza e incredulidade eu não for digno de receber o que ti peço - Te imploro, que pelos méritos de vossa mãe, Maria Santíssima, eu possa alcançar esta Graça. E por fim, que a benção e tua Graça possa curar e transformar, não somente o Vitor, mas, todas as pessoas membros da nossa família. Amém!

Nestor e família; 25/09/2003
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NOSSA ÁGUA

  “Quando certa indústria de sucos começava a se instalar na região do bairro Nova Americana, membros desta indústria insinuaram, prometendo emprego para os moradores do bairro e dos bairros adjacentes; incluindo-se nisso os desempregados da Vila Biasi, que é um bairro contíguo à empresa”.
  Não sei se foi por ingenuidade ou má fé, mas, usaram desta fantasia para que a nova empresa não encontrasse nenhum tipo de resistência por parte dos moradores vizinhos. Pois sabedores que eram (são) – e aqui devo também incluir o setor responsável da prefeitura, que autorizou a vinda da empresa – dos problemas e transtornos que a fábrica causaria para sua vizinhança; e também sabedores que a fábrica é totalmente automatizada (emprega-se pouquíssimos funcionários e todos qualificados – como de fato aconteceu: empregou pouquíssimo, e quase todos de longe), trataram, antes de tudo, de passar um mel na boca das pessoas simples e de bem, para que elas não questionassem nada sobre sua instalação.
  Pois bem, os mesmos problemas que esta fábrica vem encontrando, e causando, são iguais os que já aconteceram com ela em outras unidades, inclusive no país de origem. Além de vários problemas já causados, agora é a vez da falta de água. Depois de perfurarem vários poços por toda região circunvizinha, ainda estão dizendo que é pouca a água para produzir sucos. E a prefeitura, que não se importa muito com a quantidade de emprego, mas sim, com o volume de imposto a receber, autorizou a perfuração de mais alguns poços, sendo que dois são nas praças da Vila Biasi.

  Uma pergunta: se já há problema precedente, porque permitir que aconteça conosco, aqui, também? Outra pergunta: será falta de água, ou será aumento da produção de sucos?
  Saberá Deus, o que pode acontecer com o nosso subsolo que, num raio de duzentos e cinqüenta metros, tem mais de dez poços, podendo chegar a quinze. Todos eles sugando a nossa bendita água que, depois de manufaturada, é exportada a peso de ouro (lucro só da empresa) para vários países.
 “Contudo, devo ressaltar que a empresa está empenhada em resolver todos os transtornos causados aos seus vizinhos, como as rachaduras nas paredes e coisas mais; porém, há um impasse entre a prefeitura e a empresa, dificultando as soluções”.
  Gostaria de fazer uma sugestão (pedido) à direção da empresa e ao setor responsável da prefeitura: Que instalassem uma torneira, pública, no poço que estão construindo na praça Juscelino Kubitschek de Oliveira, na Vila Biasi, para que a população do bairro pudesse usufruir dele; ou então colocar água de melhor qualidade na torneira já existente ao lado da portaria da fábrica, e também prolongar o horário de seu funcionamento. Digo isso porque; nós moradores da Vila Biasi precisamos nos locomover até dois quilômetros de distância para conseguirmos água de qualidade satisfatória.
  Uma outra coisa que a empresa poderia fazer, demonstrando estar inserida com o bem-estar da vizinhança, é, em parceria com a prefeitura, adotar a praça J. K. promovendo as devidas melhorias (melhor iluminação, colocar bancos, plantar mais árvores, e muitas flores, etc...) e zelar constantemente para que não fique em estado de abandono.
  Explico: Como já estão usufruindo o subsolo, nada mais justo – como prova de gratidão - que também conservem o solo e o sobre-solo!

Americana, 15/09/2003
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ANIMAIS NA CIDADE

Achei bom, justo e necessário o projeto de lei que obriga os donos de cães a recolherem as sujeiras que seus animais fizerem nas ruas. Não sei se será cumprida! (Com ressalvas: Nem sabemos mesmo se a lei  será sancionada, pois há uma infiltração muito grande de covardes na política).
Acredito que a população (consciente) gostou da medida; mesmo os que possuem os referidos animais: pois sabem que a educação e o respeito são elementos fundamentais para uma boa convivência em comunidade.
Há duas décadas atrás quando, pela primeira vez, fui ao Rio de Janeiro visitar parentes em Copacabana, comentávamos: como pode uma cidade bela, turística, ser tão suja com fezes de animais e ninguém tomar providências? Naquele tempo Americana era orgulhada por nós moradores e por quem nos visitava, por ser uma das cidades mais limpa do nosso Estado, e até do Brasil.
Hoje, porém, a situação inverteu-se: ao caminhar pelas ruas de Americana sinto nojo das fezes e sujeiras que existem nesta cidade que um dia foi chamada de Princesa. Quanto às ruas de Copacabana, não sinto mais aquele nojo que sentia, continuo vendo as madames passear com seus cães, mas, não vejo as fezes nas ruas, certamente fizeram alguma coisa!

Gosto muito de animais; porém eles devem ser adestrados e bem cuidados. Que me perdoem os “protetores” dos animais; não se pode ofender um cão ou um gato que já vêem eles com inquirições. Está certo, não devemos maltratar os animais, e nem os humanos! No entanto por que não vão defender, também, o órfão ou a viúva do infeliz motorista que morreu após chocar-se com seu carro num cavalo, bem no meio da rodovia? 
Não vale mais o humano do que o animal irracional?  Parece-me que, na atual sociedade, não! Pois vemos humanos (meu irmão, seu irmão) comendo lixo e morando na rua, sem vez, sem voz e sem oportunidades na vida. Por outro lado vemos animais bem tratados, tem do bom e do melhor, saudáveis, e até passeiam de automóvel.
Quando uma pessoa é denunciada por maus tratos a animais, logo é processada criminalmente: isso já vimos nos noticiários. E também lemos que cães bravos mordem e estraçalham crianças e idosos - e o pior, tudo isso na rua, lugar de gente andar, e não de cão, cão é no canil - e seus donos dão aquela desculpa amarela, que não convence mais ninguém. Mas infelizmente - tudo cai no esquecimento - nem o cão é preso e nem seu dono é processado ou vai para a cadeia. É lastimável!
No jardim da minha casa tinha um ninho de tico-tico com dois filhotes. Dias atrás o gato de vizinhos, que vem atrapalhar meu sono, roubar, e sujar no meu quintal, achou o ninho e devorou-os todos. Certamente os “protetores” vão dizer que os animais são assim mesmo, é coisa do instinto, que na cadeia alimentar um come o outro. Eu, porém, digo: lá no mato isso é verdade, mas na cidade não. Os gatos que vêem roubar, sujar e atrapalhar o nosso sono são gatos bem tratados, comem carne e muito mais, vivem tranquilos. Acredito que este gato matou por maldade. (O gato é um dos animais que jamais será domesticado totalmente, ele sempre carregará os traços de predador).
Se por acaso eu matar este gato ladrão, o que farão comigo? Se tiverem provas, certamente vou ser processado e, talvez, até (!?) preso.
Aliás, o intrigante mesmo é, quando gatos e cachorros vêem sujar nossos quintais e nossas calçadas. Será que – se a lei for aprovada - seus donos terão mais respeito e virão limpa-las? Se eles não tiverem a humildade para fazerem isso, que ao menos respeitem seus vizinhos, façam com que seus animais sujem suas próprias casas. Se assim agirem, evitarão os transtornos que seus animais causam; e terá mais amizades entre os vizinhos.
Obs: Seria bom que nossos vereadores emendassem essa lei, criando um dispositivo que abrangesse também os equinos, e nela, obrigando todos os proprietários de animais a colocarem uma identificação. Por uma pequena cisão introduziria sob o couro do animal um chips pré-numerado identificando seu proprietário. Assim, quando acontecesse uma infração – exemplo, o assassinato de um motorista ou de toda sua família, causado por um cavalo na estrada – seria fácil identificar o proprietário. E garanto, após uma ou duas condenações, todos que tem animais poriam suas barbas de molho.

Americana, 2004

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RAÍZES DE VIDA

Conversando com meu pai, diante de uma lasca de aroeira fincada no chão e nela amarrado um dos arames que sustentam a antena da televisão; lasca, esta, que ele trouxe para Americana em 1962 quando mudamos para cá. Na conversa ele dizia que há quarenta anos essa lasca estava ali fincada e que o poder corrosivo do solo não a afetou em nada, e, nesse aspecto, a aroeira é mais forte que o ferro, pois se fosse ferro já teria enferrujado e apodrecido. E disse também que, se ela ficar ali fincada, nem seus bisnetos, depois de velhos, verão o fim dela. Ela durará mais que todos eles. Contou-me que no ano 1959 um dos filhos do patrão o Sr. José Antônio Paro o levou, juntamente com seus colegas de trabalho, a uma outra fazenda , para cortar um tronco seco de uma árvore de aroeira que estava há muitos anos caída no meio do cafezal. O patrão forneceu os machados para todos. O machado que meu pai pegou era novo, bem afiado. Ele deu uma, duas, três, dez machadadas e nada de cortar a madeira, quando de repente ouviu-se um estralo no machado e ao olhá-lo, viu-se que sua lâmina estava dobrada como se fosse uma lata. O machado esquentou tanto que além de virar o corte, ainda formou um zinabre de cor avermelhada. Um ancião, que assistia a cena, fizera uma observação dizendo: quando a árvore de aroeira é erada e a madeira já estiver seca, não se consegue cortar com machado, e sim, serrando-a com serrote ou trançador. E foi, somente, com a troca das ferramentas que conseguiram cortá-la e levá-la embora.
Então, meu pensamento viajou muito distante. Foi a trezentos quilômetros de distância e há exatamente cem anos atrás. Fui imaginando a grandeza, altura e grossura do tronco dessas árvores de aroeira no meio daquela mata virgem que, naquele longínquo início do século passado, a família Paro havia comprado e que, depois de desmatado, fez sua grande lavoura de café. Floresta essa, que, após ser derruba, deu-se o lugar para a formação da grande fazenda, ou seja, o próspero Bairro Monte Belo, no município de Colina (SP). Essa árvore, ou outras tantas iguais a essa, possivelmente passou pelas mãos do bisavô da Zenaide (minha esposa) Sr. Benedito Paro, seus filhos e sobrinhos na segunda década do século vinte (1911), quando foi derrubada para a plantação de grandes lavouras de café. Assim fui imaginando, quanto de vida, de história, de trabalho há neste pedaço de madeira, e quantas pessoas teriam convivido, olhado, manuseado e trabalhado com esta estaca no decorrer destes cem anos.
A minha mente foi projetando como num filme, na grande tela do mundo; os bisavôs, avôs, pais, tios, primos e irmãos da família Paro, e também, todos aqueles lavradores que moraram naquela enorme colônia, e que lavraram aquelas terras no decorrer desses longos anos. Quantas alegrias, festejos, triunfos, glórias; mas também, quantos sofrimentos, desilusões, suor, sangue este pedaço de pau deve ter presenciado no decorrer desse tempo.
Ah!... Quanta história essa estaca de aroeira me transmite. Que bom seria se essa humanidade moderna conseguisse sentir tudo de bom, de vida, toda experiência dos nossos antepassados. Se respeitássemos nossos pais, nossos avôs, os mais idosos, com certeza, respeitaríamos nossos irmãos e nossos semelhantes. Aí sim não haveria tanta disputa, desobediência, violência, desgraça e tanta guerra no meio de nós. Sabemos que o corpo morre, a matéria passa, mas, o que é espiritual não; as boas obras, sentimentos, virtudes, bons exemplos, isso não morre. Tudo isso deve e tem que ser passado de pai para filho, de geração para geração e cultuado dentro da família. Um povo que não faz memória de seus heróis, de seus antepassados, de seus entes queridos, é um povo que tende a definhar-se, e não sentir motivos para viver.
Você leitor pode até discordar de mim dizendo: mas os costumes mudaram, os valores da sociedade moderna são outros. E eu vos digo: eu sei disso, e é por isso que esta sociedade moderna está como uma fera selvagem, igual um leão faminto que há muitos dias não come e nem vê um só pedaço de carne, preste a devorar a primeira vítima que lhe aparecer na frente... mesmo que seja seu irmão.

Americana, 17/02/2003
  
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SIMPRÍCIO, O MISTERIOSO

Longe de mim, acreditar em mula-sem-cabeça, saci-pererê, assombração etc..., mas acontecem certos fatos que nos deixam atônitos. Refiro-me, aqui, a um fato acontecido no ano de 1910, quando o meu avô paterno tinha apenas catorze anos de idade. Este fato se passou na zona rural do município de Rio Claro (RJ), cidade, esta, que fica no Estado do Rio de Janeiro e se localiza entre as cidades de Barra Mansa e Angra dos Reis.
Meu bisavô Zózimo Isidoro de Oliveira tinha um sítio no alto da serra, numa altitude de mais de mil metros, que por sinal é um dos picos mais alto do município.
Por ser região de mata atlântica, ainda hoje há vários sertões naquelas serras. Naquela época, diz o meu pai, que havia todo tipo de caça e pesca, inclusive muitos animais ferozes, principalmente onças, que volta e meia vinham até o quintal da casa e matavam bezerros, cachorros, galinhas, quaisquer animais de médio ou pequeno porte que encontrasse pela frente.
No rancho ao lado da casa, anexo à despensa, era aonde se faziam as brevidades, quitandas e quitutes para o sustento da família. Tinha ali o pequeno engenho, a máquina de fazer farinhas e polvilhos, o tacho para sabão, o forno para assados, o fogão com um grande tacho para fazer doces, uma grande mesa e no alto perto da cobertura de sapé tinha os varais onde eram pendurados lingüiças, queijos, toucinhos, carnes secas e defumadas, tudo para o consumo da família.
Todo sertanejo precisa ter, também, um bom facão, uma boa espingarda e, bons cachorros para caça e guarda, e meu bisavô não fugia à regra.
Do lado oposto do morro, depois de um varjão, morava um rapaz de nome Simprício, ele era solteirão e morava com sua mãe, uma senhora de idade bem avançada.
Sempre que havia muito serviço em seu sítio o senhor Zózimo contratava o Simprício para trabalhar em sua propriedade, tanto em épocas de plantio como de colheitas, e também na época de fazer farinhas.
Certa noite enluarada, após o Simprício ter trabalhado o dia inteiro no sítio do meu bisavô que havia matado um porco, feito lingüiça, sabão e farinha de mandioca, o pessoal da casa acordou com o barulho da cachorrada e de um bicho que rosnava e grunhia dentro do ranchão. Meu bisavô abriu a porta da cozinha e saiu no terreiro escuro, também com ele saíram meu avô Ezequiel e seu irmão José que era um ano mais velho, foram ver quem era que estava roubando no ranchão.
Ao percebe-los chegando, o misterioso bicho que estava mexendo nas barras de sabão, deu um pulo sobre a mesa e caiu do outro lado já fora do rancho, nisso eles puderam ver que o bicho era muito parecido com um lobo, e quando os cachorros o atacavam mais de perto e o mordiam ele os enfrentava ficando de pé parecendo com um urso negro. E saíram na correria, bicho e cachorros.
Meu bisavô, mesmo cansado do dia de trabalho, saiu correndo atrás do bicho, também o Ezequiel e o José, seus filhos, saíram juntos, mas, por serem adolescentes e estar na força da juventude corriam um pouco à frente do pai. Depois de ter corrido uns três quilômetros os dois rapazes desanimaram e voltaram para casa; porém o meu bisavô continuou na caçada e, caminhando, foi seguindo o bicho. De longe ele escutava que o bicho parava e enfrentava os cachorros, mas todas as vezes que ele estava chegando perto, o bicho saia na carreira com os cachorros atrás. Subiram morro, desceram morro, atravessaram o varjão, quando chegaram no taboal os animais atravessaram e descambaram para o lado da casa onde morava o Simprício. O meu bisavô ainda ficou escutando os latidos dos cachorros ao longe. Nesse momento ele sentiu que a coisa não era boa, e por prudência ele resolveu voltar, chegando em casa depois de duas horas de caminhada. Quando os cães retornaram o dia já estava clareando.
 No dia seguinte o Simprício não apareceu para trabalhar, nem no segundo e nem no terceiro dia. Aí o senhor Zózimo mandou um outro empregado ir à casa do Simprício para ver o que estava acontecendo. Chegando lá a mãe do rapaz disse que ele estava acamado e muito doente, disse também, que os cachorros do senhor Zózimo haviam arranhado e mordido muito ele e, por esse motivo ele nunca mais iria trabalhar para o senhor Zózimo.
Conclusão que tiraram: a) o rapaz era bem conhecido dos cachorros, se davam muito bem, pois estavam sempre juntos na casa; b) nunca os cachorros haviam estranhado o Simprício, em hipótese alguma; c) se o Simprício trabalhou no dia anterior ao fato e estava bem de saúde e não houve nenhum incidente com ele, mas, no dia seguinte estar doente e todo mordido pelos cachorros do senhor Zózimo.
De fato, foi o Simprício que veio no ranchão roubar e comer, mas não na forma de homem e sim na forma de lobo e os cachorros não o reconheceram! Depois dessa conclusão não sei dizer se era um lobo ou se era um homem, só me resta dizer que era um LOBISOMEM!... 
(09/12/2002)

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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho

NÃO DESMORALIZE A FAMÍLIA!

   Não profanai o teu corpo; pois ele é templo do Espírito Santo. Deus é Amor e não faz distinção entre as pessoas, e mais, dá-nos a total liberdade: Somos livres, porque somos filhos de um Pai amoroso. Deus, enquanto homem, na pessoa de Jesus, jamais deixou de amar o pecador, porém, também, jamais deixou de condenar os atos pecaminosos deste pecador.
  Também nós, não devemos condenar as pessoas só porque elas pensam e agem diferentes de nós; mas sim, repudiar os seus atos quando se tornam explícitos e venham afetar a paz, a moral, a justiça, a convivência e, ou, a boa índole de uma outra pessoa, ou de uma comunidade.
   Achei justo, prudente, e em boa hora a Câmara de vereadores de Americana rejeitarem a moção de congratulação à parada gay realizada na cidade de São Paulo. Rejeitando-a mostraram bom senso e respeito aos seus eleitores, às famílias e à comunidade americanense. Em boa hora porque essa rejeição deu-se justamente às vésperas do dia dos pais; dia tão significativo para as famílias e a todos aqueles que nutrem sentimentos de respeito, obediência e admiração a esta sublime personagem que é o pai.
   Jesus um dia disse: Pai eu te dou graças por terdes escondido aos sábios e doutores e terdes revelado aos pequeninos e humildes as tuas verdades.
Se abrirmos a Bíblia no N. T., Rom 1,18-32 (em especial nos versículos – de - vinte e quatro a vinte e oito), vamos encontrar a seguinte advertência: “Por isso Deus os entregou, segundo o desejo dos seus corações, à impureza em que eles mesmos desonraram seus corpos. Eles trocaram a verdade de Deus pela mentira e adoraram e serviram à criatura em lugar do Criador, que é bendito pelos séculos. Amém. Por isso Deus os entregou as paixões aviltantes: suas mulheres mudaram as relações naturais por relações contra a natureza; igualmente os homens, deixando a relação natural com a mulher, arderam em desejo uns para com os outros, praticando torpezas homens com homens e recebendo em si mesmos a paga da sua aberração. E como não julgaram bom ter o conhecimento de Deus, Deus os entregou à sua mente incapaz de julgar, para fazerem o que não convém: repletos de toda sorte de injustiça, perversidade, avidez e malícia”; etc...
   O que está faltando nessa sociedade secularista é a fé. Não há dúvida que a fé salva. Basta percorrer o Novo Testamento e ver quantas vezes Jesus fala da fé: “Tua fé te salvou” (Mc 5,34), “Tende fé em Deus” (Mc 11,22); ou reclama: “Homens de pouca fé” (Lc 12,28), “Achará fé na terra” (Lc 18,8); ou ouvir o pedido suplicante: “Senhor, aumenta minha fé” (Lc 17,5). Por isso São Paulo pôde escrever: no Evangelho “se revela a justiça de Deus, que se obtém pela fé e conduz à fé, como está escrito: o justo viverá pela fé” (Rom. 1, 17). É claro que se supõe uma fé verdadeira, que se traduz em obras. Não basta dizer ou professar a fé pela boca: “Nem todo aquele que diz Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus” (Mt 7,21). São Paulo aponta os frutos do Espírito, em oposição aos frutos da carne, para certificar-nos da santidade ou do pecado, que opera em nós. Assim, segundo ele, são sinais da graça divina em nós: “fidelidade, caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, brandura, temperança” (Gal. 5,22 s). Ou inversamente, são sinais da ausência da graça, isto é, são obras do pecado: “fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdias, partidos, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes” (Gal. 5,19 s).
   Antes de condenar o grande homem do século, o santo Papa João Paulo II, sobre a proibição de uniões de pessoas do mesmo sexo, os defensores dos gays deveriam pensar mais e ter um mínimo de respeito com a religião. E todos juntos, e também nós, vamos primeiro nos fazermos humildes e pequeninos, e revestirmos com as graças do Espírito Santo para podermos entender melhor a mensagem de Jesus.
   Vamos valorizar e trabalhar em prol da instituição família; instituição, esta, criada por Deus que, quando, depois de abençoá-los, disse para o homem e para a mulher: “Crescei-vos, (e juntos) sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a” (Gn 1,28). “Por isso um homem deixa seu pai e sua mãe, se une à sua mulher, e eles se tornam uma só carne” (Gn 2,24).

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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho

PRESERVAR-SE DOS FALSOS AMIGOS

(Exortação baseada nos fundamentos da primeira carta de São João, capítulo quarto)

Filho amado, não acredite em qualquer “amigo”, mas examinai o seu espírito para ver se ele provém de Deus, se ele crê em Deus, pois os falsos amigos provêm do mundo, são mundanos.
Nisto reconheces o que tem o espírito em Deus: todo aquele (amigo) que confessa que Jesus Cristo é filho de Deus, que se tornou carne no seio da Virgem Maria, e pratica as suas obras é de Deus; e todo aquele (“amigo”) que não confessa Jesus e não crê nos seus ensinamentos não é de Deus; nele impera o espírito do Anticristo.
Este Anticristo está no mundo para perder as almas; dele - aos apóstolos - Jesus já dizia e, infelizmente, ele está no mundo atrapalhando a boa convivência entre os irmãos.
Tu, meu filho, és de Deus e tu tens condições de vencê-lo: aliás, tu já o venceste, pois tu és batizado em nome da Santíssima Trindade, o Deus Altíssimo, ou seja: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. E saibas que o espírito que está em você é maior do que aquele que está no mundo.
Eles (falsos) são do mundo; por isso falam segundo o mundo e o mundo os ouve. Tu, meu filho, és de Deus. Quem conhece a Deus te ouve, te entende e te ama; quem não é de Deus não te ouve, e não quer o teu bem. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro.
Amado filho, amemo-nos uns aos outros pois, o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conheceu a Deus, porque Deus é Amor.
Portanto, se conhecemos a Deus, conhecemos também seus mandamentos; então vamos cumpri-los para estarmos sempre na Graça do Senhor!                                               Nestor – 21/09/2004

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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho

HINO DE AÇAO DE GRAÇA

Senhor, ao término de mais um ano vivendo no teu amor, quero agradecer-Te e dar glórias ao Teu santo nome. Porque a Ti eu pertenço e só a Ti, ó meu Deus, eu presto culto de adoração. Oh! Deus Santo, santo e poderoso!
Como a terra seca clama por água, também, meu ser deseja-TE ardentemente. Sim, no recolhimento, contemplo-O no santuário e, em tudo, vejo o Teu poder e a tua glória. Se ao caminhar me angustio, Tu me revives.
Se meus inimigos vierem contra mim, o Senhor estende a tua mão contra a ira deles. E a tua direita me salva.
O Senhor Deus fará tudo por mim: Javé o teu amor é para sempre! Não abandones a obra de tuas mãos!
Oh! Meu Deus, só depois de penetrar no mais íntimo de meu ser, é que descobri as delícias de tua paz, de tua mansidão, de tua grandeza, de teu amor; onde posso chamar-Te de Pai, e sentir no cerne de meu ser como é delicioso ser teu filho, pois, no âmago de minh’alma eu ouço Tu dizer: fale meu filho.
Jesus, minha vida nada vale sem o teu amor. Sempre hei de louvar Teu santo nome. Vou bendizer-Te por onde eu for. E em súplicas, ao Teu nome, levantarei as minhas mãos. Tu sacias-me com as delícias divinas. E com sorrisos hei de louvar-Te ó meu Deus! Pois, na prática do Amor maior, Tu vieste nos visitar, na pessoa de Jesus Menino.Tua misericórdia é bem maior que meus pecados. Por isso me alegro em Ti; não pelos meus méritos, mas, pela graça da Tua infinita bondade.
Eu estava perdido, e Tu Te fizeste criança e veio me salvar.
Na sombra de tuas asas eu vivo com alegria, minha alma está ligada a Ti. A tua direita me sustenta...

Natal de 2003

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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho

VÍTIMAS DO CAPITALISMO SELVAGEM

No regime de acumulação de riquezas que o mundo está vivendo hoje, com essa malfadada globalização, a exclusão do pobre é cruel. Por isso a realidade nua e crua não pode ser escancarada. A mídia, em quase sua totalidade, faz o jogo da minoria, daqueles que são os mandantes da globalização. Os jornais e a televisão mostram os pobres como sendo um estorvo para a boa vivência e a boa governabilidade. Mostram os pobres como os que não se capacitaram para merecer um emprego. Mas se olharmos nas prisões veremos que elas revelam o que o capitalismo faz com os pobres e insubordinados. É um sistema podre fazendo de conta que vai recuperar gente podre; e com isso só vai aumentando a podridão. Nem vamos falar da situação carcerária brasileira que está falida; e nem da distribuição de renda que é um sistema tão injusto e escravizante, que chegaria até fazer inveja aos antigos Faraós. Pois, nos parece que tudo isso é arquitetado e orquestrado por uma força “maior”, externa, globalizante. Os Estados Unidos da América, a maior potência deste sistema, é o país que mais prende pessoas no mundo. Mais do que toda a União Européia. Segundo um artigo que li a poucos dias, lá estão dois milhões de pessoas enjauladas. Quase quatro mil no “corredor da morte”, pois o maior absurdo do mundo “civilizado” lá é comum: a pena de morte. Se houvesse uma distribuição justa da riqueza entre cada pessoa da humanidade; se não houvesse, jamais, quaisquer exclusões, acredito que essas gentes não estariam apodrecendo enjauladas nas prisões. Muitas vezes o capitalismo esquece que os pobres são a mão de obra geradora de riquezas. Em vez de o regime capitalista dar condições ensinando, capacitando, reeducando e reciclando essa mão de obra, - criando novas alternativas em várias frentes e aumentando os postos de trabalho, dando oportunidade para todos, aumentando a produção, barateando os produtos, dando condições a todos de matar sua própria fome com o fruto do seu labor - preferem o caminho mais fácil, que é o da exclusão. Parece mais cômodo para esse regime matar o excedente da mão de obra com a fome, com a doença, com a deseducação, - colocando seu capital para render juros exorbitantes e ficar de papo pro ar esperando seu fabuloso lucro - do que investir o seu capital no ser humano, fazendo com que essa mão de obra se sinta útil gerando as riquezas necessárias para a humanidade, como um todo. Só é com o investimento no ser humano que o capitalismo estará completando a grande obra Daquele que um dia disse: Crescei, multiplicai-vos e dominai a terra; tudo o que Eu fiz é bom, e dou-vos para que sejam felizes!
Americana, 07/09/2003 

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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho


IMPRENSA (hoje): ESCRITA, FALADA E TELEVISADA

Perguntaram-me o que eu acho da imprensa.
Em poucas linhas – com raras exceções – vou lhes responder assim.
É um invento poderoso; podia unir a humanidade,
Mas, por avareza e mesquinhez, poderá leva-la ao fim!
A imprensa é um instrumento de formação de opiniões, ela tanto informa, como denuncia. Quando ela é dirigida por profissionais íntegros, homens honestos, presta grande serviços à população. Mas infelizmente só a minoria deles é assim.  São poucos na imprensa que são capazes em fazer programas aproveitáveis, isso tanto, no rádio, na televisão, na internet; e poucos são também os bons artigos nos jornais e revistas. Acho que a maior parte de artigos e programas, juntamente com seus produtores, escritores e apresentadores não tem a menor responsabilidade para com a população. Eles não têm a mínima vontade de formar bons homens, boas famílias, uma boa nação; uma nação que prospere.
Eles fazem programas para destruir a família, a dignidade, a honestidade e a honra. Eles pregam que, tudo o que é honesto é bobo, tudo o que é digno é vergonha e tudo o que é honrado é quadrado e é coisa do passado.
Por que acontece isso? Porque o capital financeiro está concentrado em pouquíssimas mãos, e nessas mesmas mãos está quase a totalidade da imprensa.
Sendo assim eles manipulam a opinião pública de forma que seja melhor para eles faturarem seus milhões de reais (ou dólares), mesmo que seja em cima da desgraça do povo, da nação.
Essa má imprensa omite, inverte, inventa fatos. Quando o povo está atento a um fato grave contra ele ou contra a Nação, fato este provocado talvez em concubinato entre essa má imprensa e a elite mandante, o que faz essa imprensa? Inventa ou busca muito longe um outro fato com grande teor sensacionalista para desviar a atenção do povo da tal gravidade, para que este povo continue sempre dependente, tal como os antigos escravos em relação ao seu Sinhô.
Porem, felizmente, ainda tem uma parcela da imprensa que é boa; essa sim vale a pena a gente ouvir, ler e assistir.

28/04/1999
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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho



SUAVE COMO UM BÁLSAMO

A tarde termina. O dia expira, a noite desce. Ave Maria.
A natureza veste-se das cores belíssimas do crepúsculo. Vai formando uma brisa suave, tanto quanto é suave as carícias de uma mãe. O ar parece impregnado de uma calma e é um refrigério sobre as almas igual um bálsamo. Ouvem-se os sons melodiosos que, convidando à meditação, brotam do campanário. Essas ondas melodiosas têm o poder divino de animar as forças do espírito abatido. Essa suavidade celeste penetra os lares dos abastados que acostumaram esquecer do céu e com a mesma intensidade adentra os lares dos pobres vergados para a terra pelo sofrimento. Suavidade refrigeradora que visita, tanto o intelectual no seu escritório, como o operário que deixa a oficina ou a indústria alquebrado pela canseira do dia. Essa paz suave do anoitecer percorre os campos, as roças e as moradias dos lavradores e desliza pelo horizonte até chegar ao mar para falar do céu aos pescadores que voltam com seus barcos. Ave Maria, hora sagrada, fonte de fé, de amor, e de certeza para todos que acreditam em Jesus e recorre à proteção e intercessão de Sua Mãe Maria Santíssima. Ave Maria, calmaria suavizante, fonte de esperança para os habitantes desta terra ingrata que se sentem abatidos porque não se refugiaram no manto da Virgem Santa. Ave Maria, brisa que passa pelo grande descampado carregando consigo vozes melodiosas de Anjos à nos lembrar; Deus é grande, é poderoso, é o dono do sol, da lua e das estrelas. Dono do dia e da noite. Meu dono, meu Deus e meu Pai!

Americana, 27/11/2001


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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho

  

SÊ FORTE

Sinta a força de uma montanha
Olhe a majestade de uma grande árvore
Seja caloroso como um sol de verão
Faça-se lapidar, tornando-se um mármore

Use a calma de um mar tranqüilo
Faça generosidade com toda clareza
Sinta-se confortável nos braços da noite
E tenha a bondade da mãe natureza

Tenha a força do vôo da águia
E alegria de uma manhã de primavera
Procure ser sábio como as ervas
Enceta o caminho, não fique na espera

Tenha a fé de uma semente que brota
E a paciência da eternidade
Sinta o amor de uma família
Caminhes teus passos com felicidade

Quando um dia assim se sentires
Tenha certeza serás um vencedor
A sua estrada estará completada
Porque você fez a experiência do amor

Nestor -17/09/2005
Hoje, minha filha, Auxiliadora/Edivaldo completam 11 anos de casados.

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CAFEZAL

O cafezal, quando florido,
É uma noiva enamorada.
Seu brancor resplandecente
É um verdadeiro presente:
É a natureza encantada.

A branca flor do cafezal
À exalar o seu perfume,
Faz revoar os beija-flores
Num espetáculo multicores;
E as abelhas num enxume.

Cai a flor e nasce o fruto,
Logo o grão amadurece.
Todos correm na fazenda,
A moçoila troca a renda,
E a festança acontece.

A tulha é preparada
Pra guardar a produção.
Antes toca o sanfoneiro,
Pra casado e pra solteiro
Dançar com satisfação.

Depois chega a colheita:
Põe secar no terreirão.
É uma festa sertaneja,
O café cor de cereja,
Todos juntos em mutirão.

Dia de N. S. do Rosário, 2005

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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho


VENTOS

Os ventos que vão para o norte
São os mesmos que vão para o leste.
Também eles vão para o sul,
E às vezes seguem para o oeste.

Depende de cada pessoa:
Os seus argumentos levantam.
Se tiverem sentimentos de amor...
Para esses os ventos só cantam.

Ventos que cortam Campinas,
Ninguém sabe onde eles moram.
Os tristes ouvindo-os murmuram:
Pensam só que os ventos choram.

Estando a soprar sobre a mata
Os ventos balançam e curvam;
Assim os medrosos lamentam
Dizendo que os ventos só uivam.

Tendo limites; o homem
Vê que a natureza é bela.
Então vamos ser tolerantes,
Tanto na brisa ou procela.

Americana, 20/09/2005

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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho


OTIMISMO

Um minuto é tempo suficiente
Para você mudar sua vida.
Um minuto bem pensado,
Vale mais que cem horas impensadas.
Um minuto serve para você ver o caminho,
Olhar uma flor e sentir seu perfume

Um minuto serve para você sorrir
E neste sorriso transmitir alegria e vida.
Basta um minuto para você estender a mão
E levantar um irmão caído.
Um minuto serve para você amar
E deixar-se ser amado.

É num minuto que você poderá dar o seu sim:
Sim, este, que irá modificar sua vida.
Num minuto você pode amar, buscar...
Um minuto serve para você partilhar, perdoar.
Basta um minuto de compreensão
Para você fazer alguém feliz!

Nestor = 26/09/05


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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho



MARIPOSA

Quando nova ela era musa
Dos poetas, a inspiração.
Seu viver à muxoxar;
Uma pura ilusão.

Passou o tempo qual faísca,
Fulminante lampejar,
De musa virou museu,
Hoje vive a mussitar.

Cortejada mariposa,
Por não se tornar uma esposa
Tornou-se numa marionete.

Desvairada hoje se arca,
Não lucrou com a fuzarca,
Só murmúrio ela repete.

Nestor – 29/09/2005


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Á FESTA DA BICHARADA

Americana, 17/10/2005

Corre muito e é veloz
A avestruz é ave grande
Mas quando ela vê o perigo
Sua cabeça ela esconde

A águia, deusa das aves
Vive só lá nas alturas
Quando ela faz vôo rasante
Suas garras a presa segura

O burro tem muita força
Mas inteligência, dizem que não
Quando não está no arado
Ele está puxando o carroção

Ao nascer ela é lagarta
Depois vem a mutação
São borboletas revoando
Nos jardins em floração

Cachorro é o amigo do homem
Diz assim, velho, ditado
Porem, juízo ele não tem
Mesmo sendo bem adestrado

A cabra é mansa e medrosa
Berra pra chamar a atenção
Esteja no vale ou nos morros
Seu leite é alimento bom

Carneiro bichinho divino
Entrega sua vida sem berrar
Sua lã é um bom cobertor
Para o nosso corpo esquentar

O camelo é desengonçado
Mas é útil lá no deserto
Quando apostei neste bicho
O resultado deu certo

No jogo até pode dar sorte
Mas a cobra é traiçoeira
No início foi amaldiçoada
À rastejar-se e a comer poeira

Bicho bonito é o coelho
No jogo quebra o azar
Aquele que é mandingueiro
Não deixa de seu pé carregar

O cavalo serve o homem
É bonito e muito forte
Montado nele, o imperador
Gritou: independência ou morte

É o maior dos animais
Porém, é pouco elegante
Vocês sabem quem é ele?
É o enorme elefante

No jogo da bicharada
Sempre tem um ganhador
O galo sempre é o melhor
Se o assunto é ser cantor

Não existe jogo algum
Que fica isento de ladrão
O gato por ser manhoso
Ganhou a difamação

Seu andar é desengonçado
Em terra, não tem destreza
O jacaré é mais valente
Quando está lá na represa

O leão diz que é o rei
Na jogatina meteu sua pata
Porém, o homem que é mais astuto,
Com um só tiro, a ele mata

O macaco entra no jogo
Somente para despistar
Faz micagem e faz careta
Com a intenção de atrapalhar

O porco é um bicho azarado.
Ganhar ou perder: é o mesmo...
O que mais vale ao final
É o seu gostoso torresmo.

Das ramagens do sertão
Ele veio pro jogo enfeitar.
Suas penas são multicores;
É bonito o pavão desfilar.

Com uma grande exibição
Ele entra para jogar
O peru roda bonito
Pra sua fêmea se entusiasmar

Numa pose exuberante
O touro entra neste jogo
Numa luta tão ferrenha
De suas ventas cuspe fogo

Põe à espreita a sua presa
Na corrida ele é veloz
Na jogada só quer ganhar
Esse tigre é bem feroz

No jogo tem que ser paciente
E não pode desanimar
Olhe a experiência do urso
Que, em neve, vai se embernar

Eta bichinho bonito!...
Que vive em campina e prado
No jogo é o mais concorrido
Muito esperto é o veado

Pra fechar o nosso jogo
Eu vou usar uma porteira
Trancar os bichos aqui
Juntos com a vaca leiteira

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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho

TEMPO ANTIGO

Existia à tempos passados, numa fazenda, lá nos sertões, uma família que tinha três moças, lindas, trabalhadeiras, porém a rapaziada da colônia jamais tinham ouvido uma só palavra pronunciada pelas bocas daquelas jovens.
Os moços viviam intrigados e queriam saber o motivo pelo qual elas não falavam. Uns diziam que elas eram muito acanhadas e outros achavam que elas eram mudas. Então alguns rapazes da colônia que até nutriam simpatia por elas, combinaram entre si e tramaram um plano para desvendar o mistério.
Certa tarde os amigos viram que os pais das jovens saíram em direção à cidade, ficando apenas as três filhas em casa. Então decidiram que aquele era o dia propício para ouvirem as vozes das donzelas, ou então descobrir que de fato elas eram mudas.
Foram até a residência da família e bateram palmas, a moça mais velha abriu a porta, eles achegaram e viram as três irmãs na sala, cumprimentaram-nas, elas retribuíram fazendo sinal com a cabeça, porém, nem uma só palavra foi pronunciada. Os rapazes fizeram mais algumas perguntas e elas continuaram respondendo somente por sinais.
Diante disso o rapaz que estava encostado no portal e com o pé esquerdo em cima da soleira da porta, numa postura de quem desejava entrar, pediu um pouco de água dizendo que estava com muita sede. Prontamente a garota do meio foi até a talha, pegou a cumbuquinha (vasilha feito de cabaça) que lhes servia de caneca, encheu-a de água e a trouxe, feliz e sorridente.
Ao entregar ao rapaz, ele fez como que ia pegar a água, porém não a pegou e a cumbuca espatifou-se no chão voando cacos e água por todos os lados. Com o susto que levou, a moça pronunciou essas palavras:  quebô o pucaim di mamã! Ao ouvir a irmã falar, a mais velha à repreendeu dizendo: mamã num faiô qui num faiassi? A caçula vendo que as irmãs tinham descumprido a ordem da mãe falou assim: bem fi eu qui num faiei...!!!
E com isso os rapazes saíram satisfeitos por terem desvendado o segredo.
31/10/2005


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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho




TRISTEZA

Estou com saudade da mãe, uma saudade dorida, que me arde. Estou como palha, no paiol, em tarde de calor. Tanto ressecado como uma roça de milho depois da colheita. Tão murcho e triste como vara de coivara depois de um fogaréu. Vislumbro na amplidão o tremular do calor do sol em contato com o chão duro. Isso traz mais saudade, e aumenta ainda mais o ardor do ressecamento da minha alma, causado pela ausência saudosa, daquela, de quem eu sou parte. Hoje tudo está triste, meu rosto me envergonha, ao olhar no espelho. Procuro amparo em meu Deus, assim triste, tenho saudade da alegria. Olho o crepúsculo no horizonte e vejo o sol que se vai embora, vai repousar na casa de meu Deus. Como ele traz saudades dos velhos tempos! Pois é naquela casa que, hoje, mora minha saudosa mãe!

12 de junho, dia de seu aniversário.


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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho

MAIS QUE UM HOMEM

Um dia chegou um homem, mas, não era só um homem, era mais do que um homem, era diferente, falava diferente, agia diferente, era mais que os outros, porém se fazia o menor de todos.
Sua voz aquecia corações gelados. Suas palavras encantavam e confortavam todos os desesperançados; suas mensagens eram verdadeiras e enchiam de fascínio os que o escutavam.
Neste homem havia esperança e quem via suas obras ficavam maravilhados. Quem olhasse para este homem percebia que havia alegria nos seus olhos; seu olhar transmitia bondade.
Todos seus gestos levavam à liberdade e havia um futuro em seu destino. Seu caráter transmitia força; leal era seu coração, e, cheio de amor e de misericórdia.
Este homem era um homem de oração, e em suas orações havia um clamor ao Pai. Este Pai era seu confidente em suas ansiedades, e, nas suas angústias, era um Deus em seu grito.
Suas obras mostravam o gênio que este homem era. Seu coração era fiel, compassivo, compadecido e apaziguado. Sua vida de entrega e de doação é que deu um sentido na sua morte. Naquele homem transparecia que havia um tesouro no seu céu. E quem o acompanhou até o fim viu que havia uma vida na sua morte.
Um dia houve um homem e neste homem havia uma ressurreição. E esta ressurreição uniu a terra com o céu e inundou os corações de alegria e Paz!

21/10/05

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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho


   
DINHEIRO...

O dinheiro compra a Bíblia...
Mas não compra a salvação.
O dinheiro compra a estabilidade...
Mas não compra a paz.
O dinheiro compra o relógio...
Mas não compra o tempo.
O dinheiro corrompe o homem...
Mas não compra a consciência.
O dinheiro compra o supérfluo...
Mas não compra a saciedade.
O dinheiro oprime o homem...
Mas não compra a sua vontade.
O dinheiro compra o jogo...
Mas não compra a lealdade.
O dinheiro compra o estudo...
Mas não compra a sabedoria.
O dinheiro compra a lei...
Mas não compra a justiça.
O dinheiro compra a terra...
Mas não compra o céu.
O dinheiro compra muitas coisas...
Mas não compra a morte.

29/09/2005
   

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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho

NAQUELES TEMPOS

Há muitos anos naqueles sertões, por volta de 1908, dois rapazolas, irmãos, um com 16 (José) e o outro (Ezequiel) com 14 anos queriam aprender a tocar viola. Como o comércio da cidadezinha (Rio Claro –RJ) em que moravam não lhes oferecia opções de escolha, decidiram então ir comprar a violinha na cidade de Angra dos Reis. Como eram ainda garotos inexperientes para esta jornada, convidaram o cunhado Honório dos Santos que era casado com Leopoldina, irmã mais velha deles.
Naquele tempo já havia a estrada de ferro que ligava Minas Gerais com o porto de Angra, passando por Barra Mansa, Rio Claro, Lídice – que na época era Capivari – chegando a  Angra dos Reis.
Como era de costume, por todo lugar que os caboclos iam às redondezas, iam a pé; dificilmente era embarcado ou com outro tipo de condução. E nesta empreitada, além de serem acostumados, ainda precisavam economizar, então por isso foram a pé e não de trem. A distancia de Rio Claro a Angra é de 60 quilômetros, subindo e descendo morros, atravessando matas, passando nos rios por dentro d’água, pois não havia ainda as pontes. Fizeram este trajeto seguindo às vezes por estrada de rodagem de terra, às vezes pelo leito da linha férrea e às vezes pelas picadas por entre o mato.
Saíram bem cedinho, cada um com seu embornal com comida e água para a viagem. Andaram horas, e quando chegaram às margens do rio e vendo aquela imensa largura e a correnteza nas águas os garotos tremeram de medo. O cunhado, com mais idade e experiente atravessou as águas brincando, enquanto os garotos olhavam espantados da margem de cá. Do outro lado o Honório falava: venham, não tem perigo, passem por onde eu passei. Querendo seguir viagem e não tendo outra opção, também os dois lançaram-se água à dentro. Quando já estavam no meio do rio o pavor era tanto, e olhando para a água corrente começaram ficar com tontura, desesperaram e começaram a gritar por socorro. No mesmo instante o cunhado que era prático gritou para eles que não olhassem para a correnteza e sim para frente na direção dele lá na outra margem do rio. Assim dessa maneira, ao tirarem os olhos da água e firmando-os num ponto fixo a tontura passou e cruzaram o rio sem mais problemas. Passado o susto e recobrado as forças puseram os pés na estrada novamente, encetando rumo a seus destinos, que estava longe ainda.
Andaram várias horas, e a tarde já vinha chegando, um pouquinho mais adiante alcançaram um espigão, e do alto  avistaram que do lado do mar vinha um temporal de encontro com eles. Aí o desespero foi total e começaram a rezar. Nisso, como que num milagre, poucos metros à frente, avistaram uma casinha distante cem metros da estrada, então correram para lá. Na casa tinha um homem sentado na sala, perto da porta, com uma faca na mão descascando e chupando uma cana caiana. Pediram licença para se protegerem da chuva pois o temporal estava chegando e era feio; os relâmpagos riscavam o céu de cima em baixo. Aquele senhor respondeu: Eu não sou o dono da casa, mas vocês podem entrar, o dono está na cama debaixo do cobertor tremendo de frio e com maleita.
O garoto mais novo se admirava em ver a calma daquele caboclo sentado à porta do  rancho com a faca na mão no meio daqueles coriscos. Quando a chuva chegou, por não ter tramela na porta, aquele homem calmo encostou a porta e dali da cadeira estendeu a perna e ficou segurando a porta fechada com um dos pés e continuou chupando cana. Ele batia a faca numa ponta da cana e varava na outra, voava casca pra todo lado. Porém os três companheiros estavam inquietos e com medo, da faca, dos relâmpagos e da maleita. Passado a chuva o Sr. Honório perguntou ao sertanejo se estava longe a cidade de Angra, no que ele respondeu que estava a uns três quilômetros, então agradeceram o abrigo e saíram.
Já eram 8 horas da noite quando chegaram em Angra dos Reis. Como não tinham parentes na cidade começaram procurar uma pousada, porém não conseguiram encontrar pois a cidade estava toda alagada divido ao temporal. Com muito custo conseguiram encontrar um salão vazio de um armazém, porém não conseguiram dormir bem por causa da molhadeira.
No dia seguinte bem cedo foram para o comercio comprar a viola para o José. O cunhado Honório quis comprar cocos. Como ele era muito seguro, em vez de comprar cocos secos, comprou-os verdes, somente porque eram mais baratos, assim pôde comprar vários deles, e por este motivo a viagem de volta foi mais penosa porque cada metro que andavam os cocos iam pesando mais, devido a canseira.
Imaginem naquela estrada cheia de curvas e subidas, e aquele saco de cocos verde nas costas, não agüentava mais. Por sorte o Honório tinha um amigo que trabalhava na estrada de ferro, e ele se chamava Eduardo Fragoso. Então pararam nesta casa para descansar e jantar. O Ezequiel que era o mais novo, ainda meninão, acabou de jantar, cansado, olha pro lado, viu uma caminha ali perto, não deu outra, caiu na cama e só acordou no outro dia.
Não antes de despedirem e agradecerem, ao raiar do sol, com a viola e os cocos, saíram da casa do Sr. Eduardo e puseram-se a caminhar, chegando de volta em casa no início da tarde do terceiro dia de viagem.
Menos de um ano após essa viagem aconteceu um fato muito triste envolvendo o Sr. Eduardo. Ali perto de Rio Claro os americanos estavam construindo uma usina hidroelétrica no rio das Lajens, e a turma de operários era todos portugueses.
Naquelas épocas não tinha os maquinários para empurrar aquelas enormes pedras, então os portugueses as empurravam com alavancas de ferro. Muitas vezes o José e o Ezequiel havia idos até a barragem para ver os serviços; eles admiravam o trabalho, e achavam engraçado quando aquela enorme pedra era empurrada e dava um tombo e saia rolando ladeira abaixo e os portugueses gritavam em tom de cantoria: labai ela, labai ela, labai ela... Esses mesmos trabalhadores também fizeram um túnel para atravessar o rio por baixo da serra.
Pois bem, o Eduardo era ferreiro e possuía um fole para dar força ao fogo quando trabalhava nas ferragens e trilhos da estrada de ferro e havia emprestado este fole para os portugueses há algum tempo. Ele já tinha cobrado a devolução da máquina várias vezes, porém os empreiteiros não devolviam e nem mostravam vontade em devolver. Por este motivo e para não perder seu aparelho o Eduardo resolveu ir buscar o fole lá no canteiro de obras, e queria leva-lo, custe o que custasse. Depois de muita conversa, começou uma discussão mais acirrada e brigaram. Na briga o valente Eduardo matou dois portugueses, e ia matar todos se não fosse o cozinheiro da turma que, às escondidas, saiu da cozinha com uma lasca de madeira e por trás golpeou o Eduardo na cabeça, derrubando-o no chão. Aí juntaram todos e mataram o Sr. Eduardo.
Essa história eu conto para dizer que devemos ser, corajosos sim, porém, prudentes; usar sempre a mansidão e nunca a violência.
Esse fato aconteceu 10 anos antes de meu pai (Sr. Nestor) nascer, e ele está contando isso hoje, 97 anos depois do acontecido.
Os senhores Honório, José e Ezequiel, além de bons lavradores foram bons religiosos. O José foi também bom violeiro e repentista. O Ezequiel além de bom caçador foi também meu avô. E meu pai além de tudo isso é um bom contador de causo!!!

Americana,04/11/2005
  

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JESUS CRISTO EUCARÍSTICO

  Nesta oração pedimos a Jesus Cristo Eucarístico, o Deus vivo no meio de nós, juntamente com o Espírito Santo, enfim, a Santíssima Trindade para que nos dê um coração COMPASSIVO, um coração COMPADECIDO, um coração APAZIGUADO.
  E que este coração Compassivo revele esta compaixão ao mundo. Um coração que tenha sentimento da dor alheia, que compadeça com toda essa dor e sofrimento em nossos lares: em nossas famílias que sofrem por falta de justiça, de afeto, de companheirismo, de amizade e de paz; neste mundo tão desigual. Mundo este que, nos dias atuais, parece só proliferar a violência, a guerra e a desgraça entre os povos; aniquilando vidas, sonhos, povos inocentes e indefesos, e até a própria natureza.
  Pedimos a Ti ó Cristo Eucarístico que nos motive nesta compaixão, e assim com este sentimento possamos lutar contra todas estas situações de morte que há em nosso meio.

  Te pedimos também ó Jesus, que através desta Santa Eucaristia, deste Maná Celeste nos dê um coração Compadecido, um coração enternecido, meigo, terno, afetuoso, piedoso, enfim um coração caridoso, pois, só assim é que vamos enxergar no rosto de cada irmão, de cada irmã a imagem de Ti ó Deus bondoso. Tu que Te entregastes à morte para a salvação do mundo e que ressuscitastes Glorioso cheio de honras e poderes, para que também nós pudéssemos, Contigo, um dia, ressuscitarmos na sua Glória, e assim podermos gozar das alegrias eternas, no Reino que preparastes para nós.
  Mais uma vez nós Vos pedimos ó Pai; que este Cristo Jesus Eucarístico, e vivo entre nós, nos dê um coração Apaziguado; um coração calmo e paciente. Que o Cristo nesta Eucaristia se espalhe, se expanda como um bálsamo suave sobre nós e deixe nosso coração pacificado, aplacado, aquietado, acalmado. E assim poderemos, enfim, sem medo e sem rancor, transmitir um para o outro esta paz que provem deste nosso Deus, que é um Pai amoroso e misericordioso. Amem!


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CANTORES DA FLORESTA

No reino abençoado das matas,
Tão belo, com flores, ornado.
Com rios correndo em cascatas
E com pássaros cantando rimado.

Lá dentro tudo é harmonia,
Tem um pelo outro respeito:
Mistura de sons, melodia;
À louvar nosso Deus, que é perfeito.

O homem temente a Deus,
Não sendo nunca ateu,
Tem sempre mais compaixão.

Adentra nesta floresta,
Participa da grande orquestra,
E faz-se de tudo isso irmão!


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PRIMEIRA COMUNHÃO

Hoje (06/11/2005) está sendo um dia especial, um dia muito feliz. Estou neste momento junto com minha esposa e também com a família de minha filha dentro da igreja de São Francisco de Assis participando da primeira comunhão do meu primeiro neto, Bruno.
Sinto-me orgulhoso em participar deste momento singular, e a felicidade se expande e de meus olhos caem lágrimas de emoção, pois o vejo, bem na minha frente, no altar recebendo a Santa Hóstia, o Corpo e Sangue de Cristo Eucarístico. Deus seja louvado! E que o Senhor abençoe o Bruno hoje e sempre.
Como é grande o nosso Deus...! E quão grande é o amor que nos amou e nos ama. Sinto o quanto somos amados e queridos por Ele; e percebo também o quanto somos grandes e preciosos quando estamos unidos a esse Deus misericordioso.
Vejam, Ele nos engrandece tanto, nos eleva tanto a ponto de um pequeno coração humano se tornar tão grande e acolhedor, e servir de morada a esse Deus imenso, esse Deus que é maior que tudo, maior que o mundo: Esse mundo maravilhoso de meu Deus.
Hoje o sol da justiça, o sol da misericórdia, o sol da esperança, o sol que aquece corações brilha mais forte, e a luz da Santíssima Trindade deixa mais claro nosso caminhar. O Espírito Santo de Deus inunda de graças e bênçãos esta Capela. Percebe-se que o Espírito Santo passeia por entre os fiéis como uma brisa suave, como um bálsamo suave a perfumar todo o ambiente.
Muito obrigado meu Deus, por ter-me chamado à vida. Que minha vida, e em especial este momento, seja sempre para dar Graças e Glórias ao Vosso Santo Nome. Amém! 


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FÁBULA AMOROSA

Um dia, quando, ainda, Deus moldava o reino vegetal, uma flor, grande e amarela, abriu suas lindas pétalas perfumadas e disse ao grande luzeiro, que passeava de horizonte à horizonte:
- Inunda-me com teus raios, aqueça-me com teu calor, dai-me tua luz para que eu possa ter vida, cativa-me com teu brilho esplendoroso, transmita-me tua energia, ama-me com teu coração de fogo!
E o sol, distante no firmamento, grande porém humilde, respondeu meio acanhado:
- Sou grande e transmito vida, porém não sou digno de tão grande ventura, mas, já que me pedes, e vendo tua bela formosura, amar-te-ei por amor daquele que é amor somente, e serei teu eternamente.
A toda manhã essa declaração de amor se repete: a flor se oferecendo à luz e a luz se propagando sobre a erva. Quando o sol se afasta, a flor, sempre fiel a ele, se recolhe, mas fica à sua espera. E quando o sol, teu amado, surge rompendo as colinas no horizonte, a flor, então, se reergue e cheia de júbilo se enfeita e pinta de cores e abre-se em festa numa sedução apaixonada de amor.

Americana, 11/11/2005



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DOIS MUNDOS NO MEU MUNDO

Num dos meus mundos, meu Senhor
Eu vejo flores, vejo florestas
E vejo serras e até montanhas
Eu vejo as fontes e ondas no mar
Jardins floridos e beija-flores
E ouço o canto do sabiá
E tem latidos e tem relincho
Às vezes gritos, e tem mugidos
O vento zumbi nos meus ouvidos
Traz de bem longe belas cantigas
Vem balançando os arrozais
É um refrigério, anima a gente
Tremula as folhas dos milharais

E no outro mundo, meu Senhor
Vejo horizontes e tem mais luz
É o grande sonho da igualdade
E assim eu luto para descobrir
Por que na vida tanto mistério?
Por que tantas trevas, separações?
Por que sofrimento, desilusões?
Por que a morte e tantas cruzes?
Pensando bem, oh meu Senhor...
Tem muito amor, tem o carinho
Tem caridade, tem muitas luzes
Tem a esperança deste Teu povo
Que acredita no amanhã.

Americana, 19/11/2005


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COISAS DA FÉ

As famílias eram pobres e viviam na zona rural de uma pequena cidade do interior, norte, paulista. Eram seis famílias parentes, e moravam em várias fazendas vizinhas. O grupo era constituído por famílias novas, todas com várias crianças, exceto a do patriarca. Esses parentes eram bem unidos e tinham muita fé em Deus.
Era de costume nos Domingos e dias Santos de guarda, fazerem um almoço melhor e, também, uma mistura diferente; não achavam digno num dia santo uma refeição sem mistura.
Naquele ano a carestia era tão grande que poucas famílias tinham mistura todos os dias, a maioria tinha apenas em algumas refeições.
No dia 23 de junho, véspera de São João, daquele ano um dos filhos chegou para a mãe e exclamou: amanhã é dia de São João e nós não temos nenhuma carninha para comer! A mãe, pesarosa, porém, com muita fé abraçou o filho e disse: Deus dará um jeito; e São João vai arrumar carne para nós. E foram dormir.
No início daquele mesmo ano, na fazenda vizinha onde morava uma outra dessas seis famílias, aconteceu de uma vaca do patrão ser vítima de uma doença esquisita, parecia louca, ela corria pelo pasto e trombava nas cercas e morreu.
Imagina-se que o tal patrão, dono da vaca, com medo de perder todo o seu rebanho pela contaminação da doença, teria feito uma promessa pedindo a São João a proteção de seu gado; e de fato nenhum outro animal adoeceu. Então, como gratidão, e cumprindo a promessa, na véspera do dia do santo ele matou uma novilha gorda, sadia, e doou a maior parte da carne para as famílias de seus colonos.
 – Entre os pobres é normal o costume quando um ganha um alimento sempre reparte com mais alguém. –
Ao receber aquela baciada de carne fresquinha a senhora da casa lembrou que sua cunhada da fazenda vizinha passava por dificuldades maiores. Partiu a carne ao meio e mandou seu filho mais velho levá-la até a casa da tia e dizer que a mãe havia ganhado da fazenda e queria repartir o presente com ela.
Tamanha foi a satisfação, quando, no dia 24, dia de São João às oito e meia da manhã chega em sua casa o menino com aquele baita pedaço de carne e lhe entrega. Os primos pulavam de alegria e a mãe com as mãos em posição de oração dizia aos filhos: Lembram que eu falei para vocês que São João ia arrumar mistura para nós! Aí está a carne! Deus deu um jeito. E continuou a falar dando Glórias a Deus...
Nota:  O menino que levou a carne para a tia é o meu pai, que na época tinha apenas onze anos de idade.

12/11/2005
  

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MOURÃO DE CERCA

Aquele antigo mourão de cerca
Fez reviver a minha infância
Quando de cima daquele mourão
Vi os horizontes, com emoção,
Que eu avistava quando em criança.

Naquelas terras eu já trabalhei
Eram bonitos os cafezais
Cantavam jaós e os canários
Sons melodiosos, belos hinários,
Chupins em bandos nos arrozais.
  
Mourão de cerca, quando eu menino,
Na noite escura eu te procurava
Ali eu brincava, quanta alegria,
Dos coleguinhas você me escondia,
Qual fiel amigo, não me denunciava.

Vendo-te mourão ai solitário,
Imóvel, cumprindo sua servidão
Todo cravejado de arame e prego.
Já te machuquei; isso eu não nego:
Deve estar sofrendo essa ingratidão.

Também eu sofri longe dessa terra
Vaguei pelo mundo cheio de ilusão
No meu peito chora um coração magoado
De injustiça e dor todo cravejado:
Procurei amor ganhei solidão.

Passaram os anos, e te vejo inerte,
Ao contrário de ti cruzei muito chão.
Porem nossas vidas não tem diferença,
Servir sempre foi a nossa pertença;
Onde estivermos cumprir a missão.

30/11/2005


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A ALEGRIA DE SONHAR

Eu te convido vá lá ver a minha terra
Estarei à tua espera com café, manteiga e pão
A prosa lá é honesta e verdadeira
A vizinhança é companheira e não tem difamação

Ela é bonita e está no alto da colina
Encoraje se anima, vá conhecer o meu rincão
Lá não tem serra, mas é lindo o horizonte
Quando a lua atrás do monte, parece beijar o chão

E digo mais, as mulheres são bonitas
Com seus vestidos de chita e no olhar a sedução
Todos trabalham e se divertem sem censura
Também tem muita fartura pois é repartido o pão

Na minha terra trapaceiro não tem vez
Lá só tem homem cortês e a honra é respeitada
É um paraíso onde reina o amor
O bem tem mais valor e a partilha é praticada

Você precisa conhecer a minha terra
Naquele chão prospera  toda boa semente
É um jardim, cultivadas lindas flores
São bons valores que estão dentro da gente

Felicidade só se tem quando se doa
Por isso a vida é boa lá na minha cidade
O amor floresce e correm livres as crianças
É uma grande bonança espalhando a caridade

Minha cidade é um mundo de ternura
Não existe falcatrua, nem partido, nem juiz
Não tem político, nem soldado, nem banqueiro
O povo é muito ordeiro e sabe viver feliz

Vocês percebem que foi lindo o meu sonho
Nisto eu suponho que todos querem sonhar
Então eu peço amem todos de verdade
Não deixem a realidade este sonho atrapalhar

03/12/2005


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ACONTECIDO

Na guerra do Brasil com o Paraguai que teve início no ano de 1860, época do segundo império brasileiro e o imperador era D. Pedro II, meus dois tataravôs paterno, Joaquim de Oliveira e Mariano Antunes mandaram alguns de seus escravos para as batalhas no Paraguai. Lá morreram alguns, e os outros retornaram para os seus senhores. Alguns até trouxeram, como troféu, a baioneta, arma com que lutaram e venceram. Meus tataravôs moravam e eram proprietários de terras no município de Rio Claro, interior do estado do Rio de Janeiro. Uma dessas baionetas acompanhou os descendentes da família; e meu pai e seus primos, na juventude, em meados do século vinte, brincaram com ela; usando-a como se fosse uma lança, jogando-a à distância para acertar num alvo nos troncos grossos das árvores: isso no município de Colina (SP). Acredita-se que essa baioneta ainda possa estar com algum desses descendentes.

12/12/2005


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CAMINHAR COM O SENHOR

A minha angústia ó Senhor venha curar
Somente Tu és que tem poder e Glória
Vem, Te peço e espero ardentemente
Tua força vai mudar a minha história

Estou sofrendo por causa da ingratidão
O mundo dá, depois tira sem piedade
Humanamente não compreendo tanta dor
Só teu Amor nos conforta de verdade

Entre tantas, uma estrela tem mais brilho
Com seu fulgor a escuridão se esvai
Com esperança olho ao redor de mim
Sinto a presença desta luz; ó grande Pai

Depois da noite vem a aurora cintilante
Assim também meu Deus faz transformação
Aquela angústia deu lugar para a alegria
É novo dia dentro do meu coração

Nessa vida todos somos caminheiros
Pedras, espinhos, fazem parte da jornada
O importante é ter Jesus como parceiro
E ter o céu de prêmio no fim da estrada

Americana, 08/12/2005


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ENCENAÇÃO

Sua beleza é formosura.
É um mel, uma doçura
E me dá água na boca.
É prazeroso esse amor.
E lhes digo meu senhor,
É muito linda essa cabocla.

Neste campo onde eu moro,
Lugar que eu mais adoro,
Onde a lua nos visita.
Pela fresta da janela
A luz da lua toca nela;
É cena rara e bonita.

Caçar à noite os pirilampos,
De manhã andar nos campos;
Relembrar os madrigais.
Passear por entre rosas,
Tomar leite da mimosa
E cavalgar nos animais.

A gente brinca nessa chuva,
Come manga, chupa uva
Depois vamos nos beijar.
A vida é boa bem vivida.
Sendo ela repartida,
Não há razão para chorar.

Com ternura ela me beija,
Seu rosto cor de cereja,
Sua pureza é um jasmim.
Na palhoça tudo é festa,
Os passarinhos na floresta
Cantam pra ela e pra mim.
09/12/05

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Na juventude a mesa fica repleta de vidas, na velhice fica repleta de ausências.

Envelheci; mas tenho tanta infância dentro de mim, tal como quando nasci.

Criei filhos; não são donos do mundo, mas, contribuí com o Criador.

Plantei árvores; se talvez não deram frutos, pelo menos fazem sombras àqueles que andam ofegantes ao calor do sol do meio dia.

Escrevi livros; pode ser que ninguém os leiam. Mas valeu a pena por eu ter tentado retribuir ao mundo, esses Dons que, de graça, Deus me deu.

Ser íntegro custa caro. Por não me dividir, sou feliz !

NESTOR


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Os dez mandamentos do Casal

01 - Nunca irritar-se ao mesmo tempo.
02 - Nunca gritar um com o outro.
03 - Se alguém deve ganhar na discussão, deixar que seja o outro.
04 - Se for inevitável chamar a atenção, fazê-lo com amor.
05 - Nunca jogar no rosto do outro os erros do passado.
06 - A displicência com qualquer pessoa é tolerável, menos com o cônjuge.
07 - Nunca ir dormir sem ter chegado a um acordo.
08 - Pelo menos uma vez ao dia, dizer ao outro uma palavra carinhosa.
09 - Cometendo um erro, saber admiti-lo e pedir desculpas.
10 - Quando um não quer dois não brigam.

  



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tataravô
tataravô




Tataravô

Joaquim
Mariano
xx
xx
xx
xx
Augusto
xx
1839.
1842.




1845.

tataravó
tataravó






Leopoldina
Inês
xx
xx
xx
xx
Xx
xx
1842.
1845.






bisavô
Bisavó
bisavô
bisavó
bisavô
bisavó
Bisavô
bisavó
Zózimo
Gertrudes
Silvino
Eugênia
José
Mariana
José
Mathilde
1864.
1867.
1854.
1857.
1860.
1862.
1868.
 1870.
           avô

            avó

            avô

      Avó

          Ezequiel
       Sebastiana
        Joaquim
    Teresa

            1894.
1895

          1886

   1895


   Pai



  mãe



Nestor


Maria



1918



1920





   eu







 Nestor







 1946





  

Eu acredito no sol, mesmo quando não ilumina. Eu acredito no amor, mesmo quando não o sinto. Eu acredito em Deus, mesmo quando permanece calado.


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Quem só vive olhando pro céu, fere os pés nas pedras da terra.
Quem só vive olhando pro chão, inerte lamenta a própria vida.
Quem só vive olhando pra frente vai sentir derrepente que o tempo passou e ele não viu.
Quem só vive olhando pra trás não vai ser capaz de renascer.



  


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DADOS BIOGRÁFICOS

Nestor nasceu em Colina (SP), na fazenda São Joaquim no dia 22/11/1946, viveu sua infância e parte da juventude na roça. Morou onze anos na fazenda Monte Belo.
Aos dezesseis anos de idade, no dia 17/09/1962, mudou-se, juntamente, com sua família para a cidade de Americana (SP), aonde mora até hoje.

Filho de Nestor de Oliveira e de Maria Pires de Oliveira; seu pai é fluminense, nascido na cidade de Rio Claro (RJ), e sua mãe é paulista, nascida na cidade de Araras (SP). Seus avós paterno, Ezequiel de Oliveira e Sebastiana Cândida de Oliveira, são fluminenses. Seus avós materno, Joaquim Pires de Oliveira e Teresa Hermann, ele é mineiro de Ouro Preto, ela é alemã de Berlim, capital.

É casado com Zenaide Paro Tonus de Oliveira, nascida em Colina (SP), na fazenda Monte Belo. É pai de Maria Auxiliadora, Nestor Ezequiel, José Roberto e João Paulo. É avô de Bruno Albert, Aline Maria, Vinicius Henrique, Vitor Henrique, Gabriel e Estêvão. É sogro de Edvaldo, Viviane e Jussara.

Exerceu a profissão de Técnico Químico, trabalhou na indústria têxtil, onde se aposentou. É líder comunitário católico, pertence à paróquia de São João Bosco de Americana. É membro de uma família que sempre gostou de escrever e de cantar. Desde Rio Claro (RJ) terra de seu pai, como em Barretos, Jaborandí e Colina (SP) sua terra natal, e agora em Americana (SP).

OBRAS DO AUTOR:
Monte Belo, O Paraíso Dos Meus Sonhos
Poemas De Um Sonhador
Cantar A Vida Através Da Poesia
Sonhos & Caminhos
PAI, UM AMIGO, UM HERÓI, Antologia Literária da Casa do Novo Autor Editora Ltda, editado em 2001.
Vários trabalhos publicados nos jornais O Liberal, de Americana, e no jornal O Colinense, de Colina.

Ano 2006                                                                                       Nestor de Oliveira Filho


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Sonhos & Caminhos - Nestor de Oliveira Filho










Serei capaz de dar sem nada pedir em troca, amar sem pôr condições ao amor? Ao verificar a necessidade que tenho de ser reconhecido e apreciado, dou conta do duro combate que preciso de travar. Mas estou convencido de que, sempre que conseguir vencer essa necessidade e agir livremente, a minha vida dará os frutos do Espírito de Deus. (Pe. Henri Nouwen)





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